Pesquisa aponta causas da resistência à insulina em pessoas obesas

Com o aumento dos índices de obesidade entre a população mundial, houve também um crescimento no número de casos de diabetes tipo 2. Estudos mostram que o excesso de peso leva à resistência à insulina. Pesquisadores do Centro de Diabetes Joslin, nos EUA, buscaram entender o motivo desta resistência, que é fator de risco para este tipo de diabetes.

Segundo a autora, Mary Elizabeth Patti, ela e sua equipe iniciaram a pesquisa examinando o nível de proteína no fígado de pessoas obesas. Eles apontam que, nestes casos, há uma queda no número de certas proteínas que regulam as ligações de RNA. “Quando um gene é transcrito pela célula, ele gera um pedaço de RNA. Aquele pedaço de RNA pode ser dividido de diferentes maneiras, gerando proteínas que têm funções diferentes”, explica.

“Em pessoas obesas, a produção destas proteínas pelo fígado tem uma queda e esse processo muda a função de outras proteínas que podem causar o excesso de gordura no fígado”, acrescenta. “Essa gordura em excesso é conhecida por ser um dos principais responsáveis pela resistência à insulina”.

Os pesquisadores passaram então a analisar uma proteína de ligação do RNA chamada SFRS10 cujos níveis caem no músculo e no fígado, tanto em pessoas obesas como em modelos animais obesos. Trabalhando em células humanas e animais, eles demonstraram que a SFRS10 ajuda a regular uma proteína chamada LPIN1, que desempenha um papel importante na síntese de gordura. Entre seus resultados, os ratos que suprimiram a produção de SFRS10 produziram mais triglicerídeos, um tipo de gordura que circula no sangue e é armazenado no tecido adiposo do corpo. O nível alto de triglicerídeos está associado a um aumento no risco de doenças do coração, especialmente quando está associado a colesterol alto e outros fatores de risco.


“Este estudo acrescenta uma nova compreensão da forma como a obesidade pode induzir a resistência à insulina e o risco de diabetes, alterando funções críticas de células”, diz Patti. “Esperamos que esta nova informação colabore no desenvolvimento de terapias nutricionais ou drogas que possam limitar as consequências adversas da obesidade.”

 

Fonte: UOL