Nova realidade no tratamento de artrite

Nas últimas três décadas, o tratamento de diversas doenças passaram por uma verdadeira evolução com os medicamentos biotecnológicos. Uma das enfermidades impactadas por esse avanço na ciência é a AR (Artrite Reumatoide), uma doença inflamatória crônica que pode afetar várias articulações.  “O tratamento com biológicos me possibilitou ter uma qualidade de vida que minha mãe não teve”, revelou Enma Pinzón, da Funarp (Fundação de Artrite Reumatoide do Panamá). Pinzón vem de uma família onde a artrite reumatoide é hereditária.  Ela foi diagnosticada com a doença aos 35 anos e hoje, aos 61, revela ser impossível não fazer um comparativo com a mãe, que perdeu toda a função das duas mãos por conta da falta de acesso a um bom tratamento, chegando a se aposentar antes dos 30 anos.  Um estudo realizado pela AbbVie em 2016, com 309 pacientes entre 21 e 55 anos, mostrou o impacto da doença na qualidade de vida e produtividade de pacientes da Argentina, Brasil, Colômbia e México.  Os resultados revelaram que os pacientes brasileiros com artrite reumatoide apresentam a menor taxa de empregabilidade (40%), enquanto os argentinos possuem 73% dos pacientes empregados, seguidos pela Colômbia (61%) e México (54%).  Além disso, os pacientes brasileiros são os que mais sofrem (83%) dentre os entrevistados, com a sensação de dor e desconforto. “As pessoas devem saber que viver com dor e com articulações inflamadas há mais de seis semanas, não é normal”, alertou Alejandra Babini, presidente da SAR (Sociedade Argentina de Reumatologia). Ela aponta que a incidência da doença na América Latina varia entre 0,2% e 2,8%.  Segundo Priscila Torres, da BioRED Brasil, cerca de 120 mil pacientes com AR recebem medicamentos biológicos pelo SUS. “Dos 40 mil pacientes cadastrados no GrupAR e EncontrAR, 65% já estão aptos a trabalhar. Ou seja, eles es tão tendo de fato uma melhora na qualidade de vida, assim como eu tive”, destaca.  Torres chegou a utilizar dez medicamentos sintéticos em um prazo de cinco anos. Em 2009, passou a usar o biológico por recomendação médica, o que considerou uma mudança significativa. “Quando fui diagnosticada com a doença, achei que ia ficar o resto da vida em uma cadeira de rodas, mas não. Hoje estou aqui, de salto alto, levando a vida normalmente”, comentou a jornalista.  A AR atinge mais as mulheres, entre 30 e 40 anos e os sintomas mais comuns são dor, edema, calor e vermelhidão em qualquer a rticulação do corpo, especialmente nas mãos e punhos. A artrite reumatoide é crônica, não tem cura, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível diminuir a progressão da doença. (M.O.)

Fonte: Folha de Londrina