Merck e Astellas Pharma em consórcio para combater esquistossomose

 Um consórcio internacional de empresas biofarmacêuticas, incluindo a Merck (Alemanha), a Astellas Pharma (Japão) e as instituições de investigação TI Pharma (Holanda) e Swiss Tropical and Public Health Institute (Suíça), anunciou uma nova parceria com a Fiocruz (Brasil) para a produção de praziquantel – um medicamento antiparasitário – no laboratório farmacêutico de Farmanguinhos, no Rio de Janeiro, no Brasil, avança o PRNewswire.


A produção de uma formulação pediátrica é necessária para o tratamento adequado da esquistossomose em crianças menores de seis anos de idade. A primeira fase deste acordo consiste na transferência de tecnologia de uma nova formulação de praziquantel, que se desintegra na boca (comprimidos orais desintegrantes).

 

“Estamos muito satisfeitos por incluir Farmanguinhos nesta parceria, que permitirá ao consórcio ter acesso à experiência para produção da nova formulação pediátrica de praziquantel,“ disse Stefan Oschmann, membro do Conselho Executivo da Merck.

 

“A expansão do nosso consórcio no Brasil é um forte reflexo do nosso propósito global, que é ampliar o acesso ao tratamento em crianças que sofrem desta doença tropical negligenciada“.

 

Tanto a Merck quanto a Fiocruz serão proprietárias da licença de registo e distribuirão o produto farmacêutico no Brasil. A produção de Farmanguinhos também abastecerá vários territórios, inclusive países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, onde a Fiocruz terá a opção de solicitar a regulamentação de licenciamento e distribuição.

 

Além de Farmanguinhos, outra parceira – a Simcyp – do Reino Unido juntou-se recentemente ao consórcio. A Simcyp traz sua experiência em modela gem farmacocinética para simular o caminho do L-Praziquantel nos organismos de populações de pacientes virtuais.

 

A esquistossomose é uma doença crónica causada por parasitas e é comummente associada à falta de saneamento básico e de acesso a água potável. Se não for tratada, a esquistossomose pode causar anemia, baixa estatura e uma redução da capacidade de aprender. Atualmente, crianças com menos de seis anos de idade não podem receber um tratamento adequado.

 

De acordo com o Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (Sispce), de 2006 a 2011, entre 12,1 milhões de pessoas activamente pesquisadas em áreas endémicas no Brasil, 6,2% foram diagnosticadas com esquistossomose. Com base no censo nacional de 2010, 3,5 milhões de c rianças com menos de 6 anos de idade correm risco de infecção em municípios endémicos.

 

A Merck realiza uma contribuição significativa para este projeto. A empresa desenvolve e fabrica comprimidos de praziquantel. Juntamente com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a empresa tem combatido a esquistossomose na África desde 2007. Desde que o programa começou, mais de 100 milhões de comprimidos foram doados e mais de 28 milhões de crianças foram tratadas.

 

Esta batalha é um dos três projetos globais em que a Merck está a concentrar-se como parte dos seus esforços de responsabilidade corporativa, a fim de contribuir para a sociedade, e como parte dos seus esforços para promover o acesso à saúde. A Merck reforça esse compromisso para iniciar este projecto, trazendo o seu produto farmacêutico e o seu know-how para desenvolver produtos farmacêuticos. A Astellas Pharma Inc. contribui para o projecto empregando uma tecnologia farmacêutica nova, que ajuda a melhorar a funcionalidade e a conformidade da droga, bem como a reduzir o seu sabor amargo.

 

Como uma das parceiras de implementação, a suíça TPH contribui com sua larga experiência em pesquisas biológicas e farmacológicas com helmintos e pesquisas clínicas sobre a eficácia de drogas e a eficiência em regiões endémicas, que geralmente são lugares com poucos recursos. A TI Pharma, uma organização sem fins lucrativos holandesa, facilita a gestão deste projecto como uma parceira independente. A TI Pharma tem um extenso programa voltado a outras doenças tropicais negligenciadas. Todas as parceiras estão muito motivadas para se dedicarem à necessidade de um tratamento de esquistossomose para as crianças pequenas, que podem ser infectadas desde os 3 meses de idade. A nova dosagem pediátrica de praziquantel fará uma contribuição enorme para um melhor controlo e a potencial erradicação desta doença tropical negligenciada.

Fonte: RCM Pharma