Prati eleva produção de genérico

 BRASIL ECONOMICO

Maior fornecedor em volume do governo, Prati-Donaduzzi investe R$ 50 milhões em nova fábrica no Paraná

O laboratório paranaense Prati-Donaduzzi é um fenômeno. Nome ainda pouco conhecido nas grandes redes farmacêuticas do país, é o principal fornecedor em volume para o governo — são 7 bilhões de doses terapêuticas por ano, ou 70% de todos os medicamentos genéricos distribuídos pelo governo federal por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Graças a essa imensa escala de produção, o Prati-Donaduzzi é também o único laboratório nacional que avançou na fabricação de medicamentos fracionados, criados há cinco anos pelo governo como alternativa para garantir o acesso mais barato da população à saúde. Prepara-se agora para ampliar esta linha, garantindo o fornecimento de fracionados para pacientes de hospitais da rede pública, mas também privada.

“A ideia é levar a monodose para o paciente, devidamente embalada e individualizada”, afirma o diretor-presidente da empresa, Luiz Donaduzzi. “É um mercado promissor, que interessa aos hospitais, e já estamos verificando a maneira legal de efetuarmos essas vendas.”

Outro segmento que o laboratório domina é da farmácia popular, que disponibiliza medicamentos a preço quase de custo em farmácias credenciadas. “Apesar do baixo valor agregado, temos escala e máquinas grandes o suficiente para garantir o fornecimento para 5 mil farmácias”, afirma Donaduzzi.

Saltos maiores
Com essa visão, o laboratório faturou em 2010 cerca de R$ 300 milhões e já ocupa a quarta posição entre os fabricantes de genéricos no Brasil. E se prepara para saltos ainda maiores. A empresa começou na semana passada a construir nova unidade no complexo de Toledo, no oeste paranaense, com previsão de início das operações até o final de 2012. Com investimento de R$ 50 milhões, a farmacêutica projeta um crescimento de 25% nos próximos anos.

“Planejamos fechar o ano com faturamento de R$ 340 milhões na linha farma”, diz Donaduzzi. A ideia é focar produtos de maior valor agregado para incrementar a receita da empresa. O primeiro investimento será na fabricação de medicamentos injetáveis contra o câncer. Mas a empresa pretende expandir ainda mais sua cesta de genéricos, apostando no vencimento das patentes de novos medicamentos até 2012.

Uma vantagem, segundo Donaduzzi, é a presença do laboratório de bioequivalência entre genéricos e fármacos cujas patentes já venceram, que realiza testes não só para as linhas próprias de medicamentos, mas também para terceiros.

Empresa de origem familiar, a Prati-Donaduzzi foi fundada há 18 anos quando o empresário recém-chegado da França, onde cursou o Instituto Politécnico de Lorraine de Nancy, fundou o laboratório com a mulher, também formada na França. Na época, não passava de uma fábrica com dez trabalhadores e cinco máquinas. Hoje, possui 2,8 mil funcionários e mais 300 representantes, além de fabricar 180 tipos de medicamentos. A produção conta com transporte e distribuição próprios. Com a prestação de serviço de bioequivalência e a fabricação de embalagens para terceiros, a empresa deve faturar R$ 390 milhões neste ano.