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Estudo simplifica cálculo de frequência cardíaca para exercícios
A frequência cardíaca (FC) é a variável de saúde cardiovascular mais simples e fácil de verificar, e com o advento de diversos tipos de aparelhos de monitoramento portáteis é cada vez mais comum ver atletas profissionais e de ocasião de olho no número de batidas de seu coração por minuto (bpm) durante a prática de exercícios. Nessas horas, porém, cada pessoa tem uma FC máxima que sinaliza quando atingiu seu limite de esforço e que serve para guiar a atividade física.
Mas para saber qual é sua FC máxima é preciso fazer um teste de esforço controlado em laboratório, o que muita gente não faz ou nunca fez. Diante disso, em academias e outros ambientes do tipo, também é comum o uso de equações simples, que levam em conta a idade do praticante, para calcular qual seria este número para seu caso. Tais estimativas, no entanto, são falhas e, pelo menos para jovens adultos, com entre 18 e 35 anos, o melhor é adotar um valor fixo de 188 bpm, aponta estudo realizado por pesquisadores brasileiros e publicado esta semana no periódico científico “ ;International Journal of Cardiology”.
Principal autor do estudo, o médico Claudio Gil Araújo, professor visitante do Instituto do Coração da UFRJ e especialista em medicina esportiva, explica que, quanto maior a frequência máxima, mais “saudável” é considerada a pessoa. Com a idade, porém, a frequência tende a cair, e por isso as fórmulas recebem tanta atenção. Mas à frente da Clínica de Medicina do Exercício, onde já atendeu milhares de pessoas, Araújo observou que, embora para pessoas mais velhas estas equações ainda se mostrem úteis, para os jovens adultos as variações na FC máxima são muito pequenas — o que o motivou a buscar um número que melhor refletisse a tot alidade deste universo.
— O ideal mesmo é que, antes de começar uma prática regular de exercícios, cada pessoa faça um teste controlado de esforço para descobrir qual é sua real FC máxima. Mas como em geral jovens de 18 a 35 anos saudáveis não têm razão para fazer este exame, a não ser que queiram treinar para serem atletas de elite, atribuir o valor constante de 188 bpm para eles se mostrou um melhor preditor do que as fórmulas normalmente usadas — afirma. — Observamos e juntamos as peças para mostrar que não há bases biológicas para acreditar que a FC máxima varie tanto entre os jovens adultos, numa forma de facilitar ainda mais a prática de exercícios, que é comprovadamente benéfica para a saúde em diversos níveis.
Fonte: O Globo