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Alerta para quem sofre de diabetes
Especialistas chamam a atenção para alterações ortopédicas, vasculares ou neurológicas no pé dos pacientes
As pessoas que se declararam diabéticas no Brasil passaram de 5,3% para 7,4%, um aumento de 40% entre 2006 e 2012, segundo a pesquisa Vigitel 2012. Esse avanço está relacionado ao excesso de peso, à falta de exercícios físicos, à má alimentação e o envelhecimento da população. Em 2012, pela primeira vez na história, o número de pessoas com sobrepeso superou a metade da população, chegando a 51%. Veja mais dados aqui.
Quem tem diabetes deve ficar alerta ao problema do Pé Diabético. Causado principalment e pela neuropatia diabética – doença relacionada ao sistema nervoso – o pé diabético deve ser entendido como alguma alteração neurológica, ortopédica, vascular ou infecciosa que ocorre no pé do diabético. “As pessoas pensam naquele pé que chega à emergência com ferimentos graves que acaba com amputação. Mas isso é somente o estágio final do pé diabético. Ele começa muito antes, quando a pessoa começa a ter a doença”, nos explica o cirurgião vascular do Hospital Federal dos Servidores do Estado (RJ), Jackson Caiafa.
O cirurgião alerta que os cuidados devem ser tomados antes da neuropatia estar instalada. “Todo diabético tem que ter uma alimentação adequada, vida saudável e fazer atividades físicas. Deve-se também fazer uma avaliação periódica para detectar os problemas vasculares e neuropáticos precocemente”, afirma o Dr. Jackson. A cegueira e a insuficiência renal também são causados pelas lesões e neuropatias.
O exame físico, a verificação d os pulsos, dos pés e os exames de sensibilidade devem ser feitos, segundo o médico, ao menos uma vez por ano. Caso a neuropatia esteja instalada, as avaliações devem ser feitas, no máximo, a cada seis meses, dependendo do grau de risco do paciente. “Estudos mostram que o controle do diabetes é o principal fator para evitar a neuropatia. Feridas nos pés, calos, micose e frieira devem ser encaradas como algo grave quando aparecem”, comenta o cirurgião.
Sebastião Amorim Viana tem diabetes tipo 1 há 24 anos. De vez em quando diz que exagera em alguma comida e desregula o diabetes. Devido a complicações neuropáticas no pé, já precisou ir ao médico algumas vezes. “Até um calçado mais apertado cria calo e, como não tenho a sensibilidade boa, quando vejo já está ferido. Aí procuro minha médica e ela passa os medicamentos. Mas demora muito para sarar, uns dois meses dependendo do ferimento”, relata Sebastião, que não precisou amputar nenhum membro, segundo ele, por ir ao médic o com frequência e sempre avaliar os próprios pés.
A neuropatia diabética faz a pessoa perder a sensibilidade dos pés e das mãos, impedindo muitas vezes que se perceba pequenos ferimentos e lesões nos pés. Isso ocorre porque a hiperglicemia, causado pela doença, prejudica a circulação sanguínea e causa um déficit de oxigenação, favorecendo o aparecimento de úlceras, que são a porta de entrada para infecções. Uma vez que essa infecção atinge os ossos, causando a osteomielite, o tratamento pode ser unicamente o da amputação. “Esse que é um problema de saúde pública porque o custo social de uma pessoa com uma mutilação é altíssimo, além do custo financeiro para toda a sociedade”, ressalta o endocrinologista Sylvio Provenzano.
“A primeira recomendação é: controle bem o diabetes! Paralelamente, outras medidas são importantes para minimizar os riscos. Todos os cuidados devem ser usados tendo em vista que o pé diabético pode levar a uma mutilação”, alerta o Dr. Sylvio Provenzano.
“Examinar os pés e as solas diariamente com ajuda de espelho é muito importante. Existe alguma rachadura, algum calo? Então é preciso procurar um médico”, comenta o especialista.
Fonte: O Fluminense