Crianças pobres são mais suscetíveis a resfriados na idade adulta

 Pesquisa avaliou as condições socioeconômicas de voluntários hoje e em sua infância

RIO - Pesquisadores da Carnegie Mellon University (CMU) descobriram uma ligação entre pessoas com nível socioeconômico

mais baixo durante a infância e adolescência e o comprimento de telômeros, estruturas que mantêm a estabilidade estrutural do cromossomo, e que influenciam a vulnerabilidade de adultos a resfriados.

A diminuição do telômero o faz perder suas funções e, eventualmente, causam sua morte. Telômeros mais curtos estão ligados ao aparecimento precoce de doenças cardiovasculares e câncer, cuja mortalidade é alta entre adultos mais velhos. E, como revelou pela primeira vez o estudo da CMU, o encurtamento dos telômeros também preveem a suscetibilidade de jovens e adultos de meia-idade a doenças infecciosas agudas.

A nova pesquisa agora associa o baixo nível socioeconômico na infância aos telômeros mais curtos e um aumento da suscetibilidade ao resfriado comum.

— Esta descoberta nos dá uma valorosa exposição sobre como o ambiente em que vivemos na juventude influencia a saúde do adulto — disse o professor de psicologia Robert Doherty, autor da pesquisa.

Para realizar o estudo, Cohen e sua equipe mediram o comprimento dos telômeros das células brancas do sangue de 152 voluntários saudáveis ​​com idade entre 18 e 55 anos. Para avaliar sua infância e condição socioeconômica atual, os participantes relataram se eles têm atualmente uma cas a própria e se seus pais eram proprietários de uma residência quando os voluntários tinham entre 1 e 18 anos.

Os participantes da pesquisa, em seguida, foram expostos a um rinovírus, que provoca um resfriado comum, e colocados em quarentena durante cinco dias, para ver se eles realmente desenvolveram uma infecção respiratória superior.

Os resultados mostraram que os voluntários que tiveram mais dificuldades financeiras na juventude — aqueles cujos pais não eram donos de uma casa própria — tinham um comprimeiro menor de seus telômeros do que os voluntários que eram mais ricos na infância.

O comprimento dos telômeros era 5% menor por cada ano em que os pais dos participantes da pesquisa não eram donos de uma casa.

Fonte: O Globo