Anestesistas dependentes químicos terão tratamento

 Incidência de profissionais de saúde com o vício levou Conselho de Medi cina a cr iar programa

Rio - A substância ajuda a salvar vidas, mas, entre os médicos, pode trazer graves prejuízos à saúde. A incidência de anestesistas dependentes químicos levou o Conselho Federal de Medicina a criar um programa de tratamento específico para eles. De todos os médicos com esse tipo de problema no mundo, 15% são anestesistas e as drogas, normalmente, são as mesmas utilizadas no exercício da profissão.

Segundo Emmanuel Fortes, vice-presidente do CFM, a anestesiologia foi a especialidade escolhida por ser a que concentra maior número dependentes de álcool e drogas. Uma comissão formada por anestesistas e psiquiatras do conselho está estruturando o projeto piloto de tratamento em todo o país. Emmanuel conta que a ideia é estabelecer parcerias com faculdades de Medicina, que ofereceriam o tratamento gratuito ao dependente, com a ajuda de voluntários. O atendim ento deve começar em 2014.

“O projeto prevê ainda uma espécie de \'seguro\' pago ao anestesista em tratamento, enquanto ele estiver afastado do trabalho. Um dos possíveis empecilhos para o tratamento é o medo de ficar sem salário”, disse.

A adesão ao tratamento pode ser espontânea ou por recomendação da família (parentes devem ir até o Conselho Regional de Medicina). “Porém, se o vício estiver colocando o paciente em risco, agiremos de forma compulsória“, afirma.

Causas: acesso à droga e estresse
Insônia, ansiedade, trabalhar sob pressão, curiosidade e facilidade no acesso às drogas são as principais causas da dependência. Emmanuel lembra que é a especialidade mais exposta, com contato com substâncias de uso restrito. “No dia a dia, ele vê opióides (drogas) e que são lícitos na anestesia. Além di sso, o anestesista domina a técnica da droga”. Entre os sinais de vício estão a recusa de intervalos para lanche e refeições, o desejo de trabalhar sozinho, se oferecer voluntariamente para trabalhos extras, a quebra freq

Fonte: O Dia