Médicos que atendem planos de saúde começam amanhã rodízio de atendimento

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Objetivo é pressionar as operadoras a negociar reajustes nos valores de consultas

Começa nesta quinta-feira (1º) em São Paulo a suspensão do atendimento por especialidade a planos de saúde.

O objetivo é pressionar as operadoras a negociar reajustes nos valores de consultas e procedimentos médicos. Idealizado pelo Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo), Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) e pela APM (Associação Paulista de Medicina), o movimento busca coibir a interferência da saúde suplementar nas decisões tomadas pelos médicos.

Segundo o presidente do Simesp, Cid Carvalhaes, a paralisação foi pensada de modo a não prejudicar os cerca de 3 milhões de usuários, já que será escalonada e apenas para atendimentos eletivos.

Os atendimentos de urgência continuarão sendo feitos. O cronograma de suspensão de atendimento em setembro foi definido para que do dia 1º ao dia 3 parem os atendimentos de ginecologia e obstetrícia; de 8 a 10, de otorrinolaringologia; de 14 a 16, de pediatria; de 19 a 20, de ortopedia e traumatologia; de 21 a 23, de pneumologia e tisiologia; e de 28 a 30, de cirurgia plástica.
De acordo com dados do Semesp, o valor médio de cada consulta repassado para os médicos é de R$ 35,00, o que não cobre os custos para manter o consultório, de acordo com Carvalhaes.

- Com esse valor de repasse, sobraria para o médico R$ 15,00 [por consulta], sem considerar os custos de atualização, que deve ser feita no mínimo uma vez por ano, e que chegam a R$ 5 mil”, declarou Carvalhaes. Ele ressaltou que o custo aceitável para o repasse seria de R$ 80,00 por consulta.
Carvalhaes lembrou que as negociações começaram em abril e até agora não avançaram. Algumas operadoras não responderam e as que responderam disseram que não tinham condições para negociar ou ofereceram propostas insuficientes.


- Queremos alertar os usuários para o prejuízo que estão tendo. As operadoras interferem na autonomia profissional, dificultando ou transferindo procedimentos, impedindo internações, exames, medicamentos. Isso sem contar o achatamento dos honorários, que há dez anos não têm ajuste mínimo. Nesse período, a
Agência Nacional de Saúde autorizou 160% de reajuste, enquanto a inflação foi de 95% e os reajustes em torno de 50%.

Ele informou que o atendimento por especialidade será suspenso para os seguintes planos de saúde: Ameplan, Assefaz, Cetesb, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Green Line, Intermédica, Mediservice, Notredame, Porto Seguro, Prosaude, Vale e Volkswagen.