Omron compra empresa brasileira de nebulizadores

 A Omron Healthcare, fabricante japonesa de equipamentos médicos portáteis, adquiriu a sua principal concorrente no país, a NS Indústria de Aparelhos Médicos, líder no segmento de nebulizadores no Brasil, por R$ 200 milhões.

Com a transação, a participação da Omron no segmento de aparelhos domésticos para inalação salta de 8% para 48%, com perspectivas de que esse percentual tenha um acréscimo de sete pontos percentuais em três anos. A receita líquida da Omron Healthcare no Brasil, que no ano passado foi de R$ 40 milhões em 2013, deve atingir R$ 97 milhões neste ano. Em 2017, quando a aquisição já estiver totalmente integrada, a receita líquida prevista é de R$ 220 milhões.

“A maioria dos aparelhos da Omron era importada e agora passa a ser produzida na fábrica da NS, que fica em São Paulo. Antes, tínhamos que ter estoque de seis meses e havia os riscos de oscilação de câmbio e de greves na Anvisa, Inmetro e portos“, disse Wanderley Cunha, diretor de operações da Omron Healthcare no Brasil.

O objetivo é que a fábrica brasileira absorva parte da produção feita no Japão e passe a exportar para outros países, além de atender a demanda no Brasil. “Precisávamos estabelecer um sistema de produção no Brasil para reduzir as atuais dificuldades tarifárias e a aquisição da NS faz parte da nossa estratégia de crescimento na América Latina“, informou Seiji Takeda, diretor executivo da Omron Healthcare, que veio ao Brasil para assinar o contrato na tarde de ontem.

As negociações para a compra da NS começaram em 2012. “H á cerca de três anos vários grupos estrangeiros começaram a nos procurar. Preferimos negociar exclusivamente com a Omron porque são empresas com perfil parecido. A NS é líder em nebulizadores e a Omrom em medidores de pressão“, afirmou Sergio Fiorentino da Silva, diretor administrativo da NS. Silva é um dos filhos do fundador da empresa, criada há 47 anos.

É a primeira aquisição da Onrom no Brasil e a maior fora do Japão. A aposta da companhia japonesa, cuja receita global foi de US$ 7 bilhões no ano passado, é por conta das características do mercado local.

Segundo Silva, o Brasil é um grande mercado de aparelhos para inalação, com uma fatia d e 17% dos 14 milhões de aparelhos vendidos no mundo no ano passado. Um dos motivos para essa forte presença é que no Brasil não é necessário ter um pedido médico para a compra de um nebulizador -ao contrário do que ocorre no Japão, onde a receita do médico é exigida. No ano passado a NS vendeu 1 milhão de aparelhos para inalação. A Onrom, por sua vez , vendeu 2,5 milhões no mundo.

Segundo Cunha, a transferência da produção para o Brasil beneficiará a fábrica da NS que tem períodos de ociosidade durante o inverno, quando os inaladores já estão nas farmácias. Além dos nebulizadores, a Omron fabricará no país monitores de pressão e termômetros digitais. Além disso, a companhia japonesa vai trazer para o Brasil balanças bioimpedância (que mede vários indicadores) e aparelhos para dor via corrente elétrica. A fábrica da NS tem cerca de 480 funcionários. “Não haverá demissões porque vamos aumentar a produção“, disse Cunha. Onrom pretende usar o Brasil como plataforma de exportação.

Fonte: Valor Econômico
Por Beth Koike | De São Paulo