Gestores negam conivência com fraude de médicos

 Hospitais afirmam ainda que buscam aperfeiçoar sistemas de controle de frequência de seus servidores

DO RECIFE

As administrações de hospitais e gestores de saúde negam que haja conivência com as fraudes de médicos na rede pública e dizem que buscam aperfeiçoar os sistemas de controle de frequência.

O secretário-adjunto de Saúde do Distrito Federal, José Rubens Iglésias, diz que todas as suspeitas são investigadas e que até agora nenhuma fraude foi confirmada.

“Estamos monitorando os atrasos e fazendo um levantamento dessa situação.“

Iglésias disse ainda que 86% das unidades de saúde do DF têm ponto biométrico e que há processo aberto para comprar os equipamentos que faltam, mas não deu prazo.

A direção do Hospital Universitário catarinense afirma que os casos de 27 médicos in diciados estão em análise preliminar pela reitoria da UFSC, que vai decidir se abrirá processo administrativo disciplinar contra eles.

Os médicos continuam no hospital. “As penalidades disciplinares serão aplicadas se constatadas as irregularidades, no devido tempo e a depender do resultado do processo administrativo disciplinar“, afirma a direção.

O Hospital de Clínicas da UFPR afirma que os dez médicos indiciados respondem a processo administrativo disciplinar e que as sanções serão aplicadas se comprovadas as fraudes. Os médicos não foram afastados.

Ele diz ainda que outros profissionais foram afastados por não cumprirem a carga horária e que o ponto eletrônico passou a ser usado por todos os médicos em junho.

O secretário de Saúde de Presidente Prudente, Sérgio de Andrade, diz que não houve consentimento para descumprimento das jornadas e que “todos os médicos trabalharam e atenderam efetivamente todos os pacientes“.

Segundo ele, os médicos dizem que havia acordo com a gestão anterior para fazerem 16 consultas por dia, sem cumprir toda a carga horária.

Para o diretor de Defesa Profissional da Associação Médica Brasileira, Emilio Cesar Zilli, não há justificativa para as fraudes. “Se o médico está ganhando para exercer o trabalho, independentemente de ganhar pouco ou muito, tem que cumprir.“

Ele diz, porém, que os salários e a falta de condições estimulam os profissionais a saírem do setor público.

 Fonte: Folha de S.Paulo