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Os Riscos da interação medicamentosa
Os riscos da interação medicamentosa
Snif Brasil
Todo medicamento tem efeitos colater ais e, por mais que eles tenham sido criados para combater doenças, também podem oferecer riscos para a saúde. “A diferença entre o remédio e o veneno está na circunstância e na dose”, afirma o toxicologista Anthony Wong, coordenador do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da USP. Por isso, os medicamentos devem ser encarados de uma forma séria.
Um levantamento divulgado esta semana indicou que a maioria de intoxicações por medicamentos acontecem com remédios considerados inofensivos pela população como analgésicos, anti-inflamatórios e antigripais. No Brasil a situação não é muito diferente. Segundo levantamento do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológica (Sinitox), ligado ao Instituto Fio Cruz, os medicamentos são os principais responsáveis por intoxicação humana superando venenos, drogas e agrotóxicos.
A situação piora bastante quando há uma combinação entre diferentes medicamentos. “Muitas vezes, o problema vem de uma automedicação. Um amigo ou familiar recebeu uma prescrição de um remédio e repassa para o paciente quando está com sintomas parecidos, apenas querendo ajudar. Porém, não é porque uma medicação funcionou bem para um que terá o mesmo efeito no outro.
Isso traz um risco muito grande de complicações”, alerta o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Toxicologia Carlos Augusto Mello da Silva, do Centro de Informações Toxicológica do Rio Grande do Sul. Além de outros medicamentos, alguns alimentos, hábitos e doenças também podem alterar o metabolismo de remédios. Por isso, é importante deixar seu médico a par da situação geral de sua saúde e questioná-lo sobre as restrições que envolvam seu tratamento.
Outro problema comum é um paciente que já faz um tratamento com acompanhamento médico esquecer de informar durante a consulta com outro especialista quais são os medicamentos que já estão sendo usados. Para evitar esse problema, Carlos Augusto indica que o paciente sempre leve as receitas para consultas em médicos e visitas ao hospital. “Outra opção, especialmente para as pessoas mais idosas que costumam usar diversos remédios regularmente, é anotar os nomes dos medicamentos, horários e doses em um papel. Dessa forma os riscos de o especialista receitar um produto que terá uma interação prejudicial com outros diminuirá muito”, aconselha ele.
Segundo Anthony, a interação entre medicamentos pode intensificar ou anular o efeito deles, além do risco de gerar algum novo problema. “Cada paciente tem uma reação imunológica diferente. Isso também varia durante a vida. Algo que causava ale rgia em você durante a infância pode não oferecer riscos na vida adulta, você pode desenvolver uma hipersensibilidade durante a gravidez ou depois de algum vírus que causou mudanças em seu sistema imunológico. Então, o acompanhamento médico é sempre algo indispensável”, justifica ele.
Algumas combinações perigosas:
Anticoncepcional + antidepressivo fitoterápico (hipérico ou erva de São Jorge)= A mistura diminui em até 60% o efeito contraceptivo da pílula.
Anti-inflamatórios + ácido acetilsalicílico (aspirina)= A mistura pode causar uma irritação na mucosa gástrica devido a um efeito somatório, aumentando o risco de desenvolvimento de gastrite e úlceras.
Anti-inflamatórios + par acetamol = Os dois remédios juntos podem gerar problemas renais, levando a quadros hepáticos.
Antidepressivos + antigripal (anfetamina)= Essa combinação pode gerar grande aumento da pressão, levando até a delírios.
Anti-inflamatórios + corticoides = Aumenta a retenção de líquidos e sal, causando inchaço, e pode levar ao aumento de pressão. Também pode irritar o estômago, gerando, em alguns casos, sangramentos e formação de úlceras.
Antiácidos + antibióticos = O antiácido pode interferir na absorção do antibiótico, diminuindo sua eficiência.
Anti-hipertensivo + calmantes = Causa sonolência e queda de pressão.
Remédios para disfunção erétil + antidepressivos = Aumenta os riscos de priapismo, quando o pênis fica ereto por mais de seis horas, causando problemas para o órgão.
Anticoncepcional + anti-inflamatórios = Em algumas situações pode causar sangramentos.
Colírios + descongestionantes nasais = Em alguns casos pode gerar aumento de pressão, especialmente em idosos e crianças.
Anti-hipertensivo + diurético = A combinação pode levar a perda de sais minerais, causando desidratação e problemas renais.
Anticoncepcional + antibiótico = Alguns tipos de antibióticos podem causar alterações pontuais no metabolismo do anticoncepcional.
Remédios para emagrecer + antidepressivo = Pode causar taquicardia e aumento da pressão arterial.
Inibidores de apetite + ansiolíticos = A combinação traz possibilidade de o paciente sentir irritabilidade, confusão mental, alterações de batimentos cardíacos e tontura.
Anticoncepcional + hormônios femininos, como estrógeno = Dependendo do tipo de pílula pode haver excesso de estrógeno, aumentando o risco de coagulação sanguínea.
Anticoagulantes + antifúngicos =Há alteração no metabolismo dos medicamentos e pode causar arritmias cardíacas.
Anticoagulante + anti-inflamatório =Aumentam os riscos de hemorragia.