PLANTÃO MÉDICO: Desventuras com siglas e abreviaturas

  ( Folha de S.Paulo )

Colunista: JULIO ABRAMCZYK

 O computador resolveu a difícil leitura da “letra de médico“, com seus eventuais erros de interpretação. Restam ainda, entretanto, algumas dificuldades para que os profissionais da área da saúde aclarem as siglas e abreviaturas sempre presentes nos prontuários.


Na “Revista Latino-Americana de Enfermagem“, uma pesquisa de Fernanda Raphael Escobar e colegas mostrou que, em 92 erros de via (oral, intramuscular ou endovenosa), 92,3% das prescrições continham siglas.


Esse é um problema global. Na “Postgraduate Medical Journal“, S. Sinha e colegas mostram que apenas 43% dos profissionais de um mesmo setor médico interpretaram corretamente questionário sobre siglas.


José Marques Filho, do Conselho Regional de Medicina de SP, emitiu em 2005 parecer sobre essa questão. Ele explica que a linguagem médica objetiva transmitir maior quantidade de informação com o mínimo de palavras. Por isso, abreviaturas e siglas de uso corrente na prática médica podem ser utilizadas nos prontuários.


Entretanto, acrescenta, deve-se preferir escrever por extenso anotações médicas, para evitar erro de interpretação por mudança da sigla. E dá como exemplo Geca (gastroenterocolite aguda), que em 2005 mudou para DDA (doença diarreica aguda).