FUSÕES SEGUEM MODELO DA BRAZIL PHARMA

Dois anos após a aquisição da Brazil Pharma pelo BTG Pactual, orquestrada pelo bilionário investidor André Esteves, o modelo de negócio levou a um rally que quase dobrou o valor das ações da empresa e está inspirando a estratégia de outras redes de farmácias. Com u m crescimento nas ações de 95%, para R$ 15,30, desde sua oferta pública inicial em junho 2011 a empresa aumentou sua receita seis vezes at ravés de uma meia-dúzia de aquisições. O rally supera o ganho de 12% no índice de Cap BM&F Bovespa Small durante esse período e vai muito além da perda de 8,3% na bolsa. 

 

A Brazil Pharma aumentou sua receita 520% nos 12 meses até o terceiro trimestre de 2012, mais do que qualquer outra rede de drogarias em todo o mundo, para R$ 744 milhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. “A estratégia do Brasil Pharma e excelente desempenho chamou a atenção para este setor não apenas das empresas nacionais, mas também de grandes jogadores em outros países”, disse Sandra Peres, analista da Coinvalores à Bloomberg. “Com o potencial de lucro e ao fato de que o mercado d e varejo é ainda tão fragmentado em pequenas loj as, o processo de consolidação apresenta uma série de oportunidades”, disse.  A gigante americana CVS, por exemplo, anunciou a compra da rede Onofre, recentemente. As 4,7 mil lojas operadas por 31 redes de farmácias brasileiras tiveram uma receita de R$ 25,1 bilhões no ano passado, um aumento de 16% em relação a 2011. 

 

Enquanto drogarias têm se beneficiado do aumento das vendas de medicamentos de prescrição, o crescimento da receita também é proveniente de itens complementares que estão se tornando uma parte mais importante do mix de produtos, disse Ricardo Boiati, analista do Bradesco. A demanda por produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes no Brasil mais que dobrou de 2006 a 2011, de acordo com dados compilados pela L ondon-based, empresa de pesquisa Euromonitor International.

 

Processo de integração das redes adquiridas pela BR Pharma deve ser concluído este ano

A Brazil Pharma planeja encerrar em 2013 o processo de integração das redes adquiridas desde 2010. A integração da área operacional, a mais demorada, deve levar aproximadamente mais um ano, segundo André Sá, presidente da empresa. Criada em dezembro de 2009 com metade da diretoria oriun da do mercado financeiro, ela surgiu com o intuito de crescer por meio de aq uisições. A tática deu certo e a empresa foi a que mais comprou negócios no setor de varejo nos últimos anos. Foram seis redes compradas em menos de 30 meses, desde julho de 2010 - algumas desconhecidas do mercado paulista. Pelos cálculos do comando, ao finalizar esse processo, o período para consolidar os negócios em uma só estrutura pode chegar a cerca de dois anos e meio. A integração de negócios nas diversas áreas do varejo, após a sequência de aquisições no setor, tem levado de dois a três anos, em média, pelo nível de complexidade desse processo.