Micoses, brotoejas, dermatite atópica e alergias são causas de coceira

 Bem Estar desta terça-feira (26) deu dicas do que fazer se o corpo coçar.

Dermatologistas alertam que coceira é um sintoma de diversos problemas.

A coceira é um sintoma e um sinal de alerta que pode indicar que há algo acontecendo com o organismo.

Existem, no entanto, diversas causas para ela que podem ser desde problemas muito simples a doenças mais graves, como renais ou do fígado, por exemplo, como alertaram as dermatologistas Márcia Purceli e Denise Steiner no Bem Estar desta terça-feira (26).

As médicas explicaram que micoses, alergias, brotoejas, picadas de inseto, dermatite atópica e até mesmo a pele seca são alguns exemplos que podem fazer o corpo coçar – porém, dependendo da situação, existe uma solução específica. De maneira geral, no entanto, a recomendação é evitar coçar muito a região para não causar lesões e infecções.

A brotoeja, por exemplo, uma dermatite inflamatória causada pela obstrução das glândulas sudoríparas, impede a saída do suor e causa, além de coceira, queimação. Se o paciente coça, podem aparecer pequenas lesões e crostas em regiões como tronco, pescoço, axilas e dobras da pe le. Mais comum em crianças no verã o, as brotoejas aparecem geralmente por causa de ambientes quentes e úmidos, excesso de roupas e agasalho e até pela febre alta - nesse caso, a dica é tomar banho com amido de milho na concentração de 1 colher de sopa para 2 litros de água, como recomendaram as médicas.
Para quem sofreu uma picada de inseto, a recomendação é colocar gelo ou alguma pomada.

De acordo com a dermatologista Márcia Purceli, a secreção do inseto que fica na pele é o que causa a coceira e o organismo reage como se fosse uma alergia - em alguns casos, a pele pode até inflamar. Como lembrou a dermatologista Denise Steiner, o uso de repelente é uma maneira eficaz de se proteger contra as picadas.

Outra causa de coceira é a micose, que são manchas brancas ou vermelhas que podem aparecer nas axilas, virilhas e entre os dedos das mãos e pés. Existem vários tipos de micose, mas todos causados por fungos. Segundo a dermatologista Márcia Purceli, o problema é mais comum nos homens e a virilha é a regi ão que mais coça. Geralm ente o tratamento dura 30 dias com o uso de antimicótico, mas para evitar a coceira, a dica é secar bem a região e usar roupa de algodão.
Existe ainda a dermatite de contato, que são as alergias, causadas por determinadas substâncias em pessoas que têm sensibilidade a elas. Por causa disso, surgem lesões avermelhadas que coçam. Segundo as médicas, é importante descobrir a substância responsável pela dermatite, como níquel, borracha, roupas e calçados, cosméticos, perfumes, loções e até mesmo plantas, por exemplo. Se for o caso, a dica é evitar o contato com esses produtos.

Fora a dermatite de contato, há também a dermatite atópica, um processo inflamatório crônico da pele caracterizado por lesões avermelhadas que coçam muito e descamam. Geralmente, essas lesões aparecem no rosto das crianças pequenas e nas dobras do joelho e cotovelos das crianças maiores e adultos, mas segundo a dermatologista Denise Steiner, a maioria dos casos da doença melhora após a puberdade.
Ainda não se sabe o que ca usa a dermatite atópica, mas existem evidências de que a genética e o histórico familiar de atopias influenciam.

Para quem já tem a doença, alguns fatores de risco podem desencadear as crises, como frio intenso, ambiente seco, calor e transpiração, estresse emocional e até a poeira, como é o caso da pequena Ana Luiza Cavalcante de Araújo, de 6 anos, mostrada na reportagem da Daiana Garbin

Segundo a dermatologista Denise Steiner, quem tem dermatite atópica pode levar uma vida normal e, como a pele costuma ficar muito seca, deve se preocupar também em se hidratar. Isso porque a pele seca perde sua barreira de proteção, o que contribui para a coceira. Para evitar isso, a dica é hidratar a pele com óleo de amêndoa e vaselina, não usar a bucha e não tomar banho muito quente ou demorado.

Por último, as médicas falaram sobre a dermatite seborreica, mais conhecida como caspa. Se o paciente coça muito a cabeça, pode ser um sinal de alerta dessa inflamação, que surge com o excesso de oleosidade n o couro cabeludo.

A dica é usar shampoo anticaspa todos os dias, mas como ele não limpa o cabelo, é bom depois lavá-lo normalmente com shampoo e condicionador normais.

Vitiligo
O Bem Estar desta terça-feira (26) falou ainda sobre vitiligo, uma doença de pele autoimune genética, geralmente desencadeada por problemas emocionais, como mostrou a reportagem da Danielle Borba, de Sorocaba, no interior de São Paulo

Manchas brancas aparecem pelo corpo e podem aumentar quando o paciente passa por uma situação que abala o emocional, como uma separação, a perda de um parente ou até a chegada de um novo irmão, no caso das crianças, por exemplo.

Segundo as dermatologistas, é fundamental que o paciente procure algo que lhe faça bem para evitar o estresse, como terapia, atividade física, meditação ou ioga, por exemplo. Em alguns casos mais graves, é preciso tratar com corticoide e imunosupressores.

 

Brasil mostra ao mundo suas credenciais científicas

Fonte: O Globo

 

O senhor era o embaixador do Brasil na Hungria quando o país foi escolhido para sed iar o Fórum Mundial de Ciências. Qual a importância de realizar o evento no Brasil?

Após a realização em Budapeste, em 1999, da Conferência Mundial sobre Ciência para o Século XXI, o governo da Hungria decidiu reunir, a cada dois anos, um encontro em Budapeste. Após cinco edições, a Hungria resolveu promover alternância de sede a fim de elevar o perfil internacional do evento. O Brasil se ofereceu como candidato, gesto bem recebido pela comunidade científica internacional. Trata-se de oportunidade para o Brasil tornar mais conhecidas suas credenciais científicas e ampliar sua contribuição para os rumos da ciência e seu impacto no futuro da Humanidade.

Que fatores contribuíram para a escolha do Brasil?

O peso do Brasil como potência emergente e o prestígio internacional decorrente do desempenho econômico e do alcance de suas políticas sociais, além do avanço científico e tecnológico em certas áreas contribuíram para a escolha do país. Ademais, o Brasil é par ceiro internacional importante para a solução dos desafios globais, seja em matéria de desenvolvimento, redução da pobreza, inclusão social, seja em questões ambientais, de segurança alimentar, de energia, e, naquele momento, também em termos financeiros, diante da crise internacional e da formação do G20.

O conceito de diplomacia da ciência não é novo, porém, não é muito difundido fora do meio diplomático e científico. Qual o seu papel no enfrentamento de desafios sociais, como a redução da pobreza?

O conceito é antigo, pesquisa recente feita com o apoio do Centro de História e Documentação Diplomática (CHDD) da Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) demonstra como, no século XIX, diplomatas brasileiros já se empenhavam para trazer ao Brasil conhecimentos que pudessem contribuir para o progresso econômico e a modernização do país. Atualmente, o conceito da diplomacia da ciência se fortaleceu na percepção de que desafios globais poderão ser enfrentados de maneira mais eficiente com o apoi o da ciência e de políticas de cooperaç ão internacional. A ciência tem ajudado na criação de condições para a eliminação da pobreza, com métodos e politicas de assistência social, saúde pública e educação adequadas. O Brasil se tornou um exportador de tecnologias sociais que conferem ao país papel de relevo no alcance das Metas de Desenvolvimento do Milênio e no processo de implementação da Agenda de Desenvolvimento pós 2015.

Ainda quanto à diplomacia da ciência, observe-se que valores científicos, como a racionalidade, a transparência e a universalidade, são críticos na cooperação internacional. Ademais, a ciência constitui um dos elementos do chamado “poder brando” na categorização de Joseph Nye. Em geral, a comunidade científica opera em perspectiva universal que pode promover e facilitar o diálogo, o entendimento e a cooperação de alcance global. Cumpre alinhar assim, cada vez mais, a contribuição da comunidade científica aos esforços e objetivos mais amplos da diplomacia e da política externa na defesa do desenvolvimento s ustentável e da paz.

Em que áreas a participação da ciência é estratégica?

O tema Ciência para o Desenvolvimento Sustentável Global trata de um conceito que estabelece o equilíbrio entre o desenvolvimento e a proteção ao meio ambiente. O Brasil ajudou a defini-lo na ECO 92 e a consolidá-lo com a Rio +20. Seu propósito é assegurar a gerações futuras um meio ambiente saudável e condições de vida adequadas. Trata-se de um compromisso de grande importância para a Humanidade e de um conceito abrangente que compreende outras áreas estratégicas ligadas à vida no planeta.

Como aproximar a diplomacia da academia?

Tanto a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) quanto o Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais (IPRI) desenvolvem trabalho sistemático de aproximação com a academia por meio de Seminários, Conferências e pesquisas. Essas iniciativas estimulam e promovem a consciência do interesse comum na defesa dos valores fundamentais da nação e de s ua projeção no plano internacional.
Que áreas da ciência brasileira têm tido maior visibilidade na comunidade internacional?

A escolha do Brasil traduz o reconhecimento dos avanços do País em áreas como a das tecnologias sociais, energia, segurança alimentar, saúde e meio ambiente. A conferência mundial dará ainda maior visibilidade aos esforços brasileiros em matéria de educação e ciência. É encorajador o reconhecimento internacional do progresso alcançado por empresas brasileiras como Petrobras, Embraer, Vale, Embrapa, Gerdau, Tecsis, Fiocruz, bem como por entidades promotoras do desenvolvimento nacional em educação superior, tecnologia e P&D, como a CAPES, o CNPq, e financiadoras como o BNDES e o FINEP. Resulta de conquistas fundadas em amplo esforço gerencial, científico e tecnológico. Atestam elas o que há de melhor na educação, na criatividade e no espírito empreendedor da sociedade brasileira. Colocam o Brasil entre as nações que contribuem para a in ternacionalização da ciência, condição obrigatória ao desenvolvimento g lobal, à redução de assimetrias econômicas e sociais em bases sustentáveis.

Que tipo de legado esse evento pode deixar para o Brasil?

Cabe firmar na sociedade brasileira a percepção de que a ciência está mais próxima, ao alcance de todos, e que constitui a verdadeira chave para o bem-estar e o progresso da Humanidade, bem como para o desenvolvimento sustentável do planeta.

Que tipo de legado esse evento pode deixar para o Brasil?

Creio que ele contribuirá para a formação de uma cultura de valorização da educação, da ciência e da importância da pesquisa. Cabe firmar na sociedade brasileira a percepção de que a ciência está mais próxima, ao alcance de todos, e que constitui a verdadeira chave para o bem-estar e o progresso da humanidade, bem como para o desenvolvimento verdadeiramente sustentável do planeta.

Fonte: Portal G1