Lojas Raia passarão a ser RaiaDrogasil a partir de 1º de dezembro

RAIADROGASIL: LOJAS RAIA SERÃO INCORPORADAS À DROGASIL A PARTIR DE DEZEMBRO

 Em uma sala colada às mesas da diretoria da RaiaDrogasil, a maior rede de drogarias do país, uma parede está tomada por cartazes gigantescos com o nome de cada cidade onde estão as 442 farmácias da Raia. Em cada ponto, é possível ver se há um “ok“ com o andamento do pedido do novo CNPJ, da nova inscrição estadual e municipal, num conjunto de uma dezena de licenças para as lojas da Raia. Nesta segunda (22), 428 das 442 unidades da Raia já haviam conseguido emitir o novo cadastro de pessoas jurídicas, que leva o número da RaiaDrogasil, a controladora da varejista. E 368 pontos de venda, dos 442 da Raia, já têm a nova inscrição estadual. “Cada vez que conseguimos um aval, atualizamos o quadro, um por um“, diz Claudio Roberto Ely, presidente da Raia Drogasil, em entrevista na sede da companhia, em São Paulo, ao lado de Eugênio De Zagottis, vice-presidente d e planejamento e relações com investidores. “Dizem que não conseguem me achar mais em lugar nenhum. É que eu vivo aqui“, ironiza.

A Drogasil já tem o novo CNPJ, pois após a associação ela mudou a razão social para RaiaDrogasil. Em agosto de 2011, a Droga Raia e a Drogasil anunciaram a maior fusão do mercado de varejo farmacêutico do país. Criaram uma companhia que hoje tem 834 lojas, valor de mercado de R$ 7,6 bilhões e receita bruta prevista pelos analistas de R$ 5,3 bilhões em 2012. Começava então um trabalhoso processo de integração que tem previsão para acabar no fim de 2013. “Andamos a metade do caminho“, afirma Zagottis. Os executivos deram detalhes sobre o que já foi feito nesse processo de integração, o que ainda falta fazer e, principalmente, como a companhia tem conduzido a união dos negócios - ao mesmo tempo em que precisa tocar o plan o de crescimento orgânico da rede. No momento da fusão, Carlos Oliveira Dias era o controlador da Drogasil e Antonio Carlos Pipponzi, o dono da Raia. Ambos estão no conselho de administração.

Nesse planejamento, existem dois momentos diferentes. O primeiro é o da liberação de várias licenças para que as lojas Raia se tornem RaiaDrogasil. Com os documentos em ordem, a empresa espera que, na virada do dia 30 de novembro para 1º de dezembro, todas as lojas Raia se tornem RaiaDrogasil. “Elas passarão a emitir notas já com o nome e o CNPJ do grupo“, diz Ely. Uma operação foi montada para evitar que a transição na data afete o sistema das lojas, e “trave“ as vendas. Por isso, deve acontecer durante a madrugada. Passada essa fase, a companhia dá outro passo: a incorporação da Raia dentro da controladora. Ela deixa de ser uma subsidiária e p assa a integrar o grupo. Com isso, todos os direitos e obrigações da Raia são assumidos pela RaiaDrogasil. Isso deve acontecer até 31 de março de 2013, diz Ely. “Esta é uma \'pré-data\', uma data máxima. Jogamos lá na frente e vamos buscand o para trás“, afirma Ely. Ao se incorporar o negócio, cria-se uma só empresa, com a mesma folha de pagamento, mesma contabilidade e, principalmente, com os mesmos centros de distribuição.

Os sete centros de distribuição das duas redes poderão ser usados de forma única. Hoje, a Drogasil pode ter um centro da Raia perto, com um lote de produtos que ela precisa, mas não pode solicitar a entrega da mercadoria. Esse ganho de sinergia é um dos mais importantes numa operação de varejo. As despesas operacionais caem porque as estruturas são usadas de forma mais eficiente. As duas redes vem fazendo ajustes há meses. Por exemplo: a R aia e a Drogasil reduziram seus portfólios de produtos. A Raia somava 14 mil itens e a Drogasil, 12 mil - somando 26 mil. Hoje, as duas têm uma carteira de 17 mil itens. “Por que vender quatro marcas de cotonetes? Não faz sentido. Então reduzimos. Não foi fácil. Eu falei pro pessoal: \'Vai ter chiadeira [da indústria], mas segurem aí“, disse Ely.

A empresa também já está operando na mesma sede, depois da mudança, um mês atrás, do escritório da Raia no bairro do Itaim, zona sul de São Paulo, para a sede da Drogasil, na região do Butantã, zona oeste da capital paulista. Trezentas pessoas da Raia foram transferidas e ainda faltam cerca de 40. Ainda há paredes sendo pintadas na sede. Lojas já foram fechadas. Neste ano, foram sete pontos. “Devemos fechar outras cinco lojas, no máximo“, conta Zagottis (o que dá menos de 2% do total de pontos). Para 2013, após a incorporação, o processo de integração dos sistemas de tecnologia das duas redes deve ser finalizado. É algo que começou neste ano, mas ainda há o que avançar. Em marketing e planejamento, por exemplo, as duas redes já têm sistemas ig uais. Na área de finanças e de recursos humanos, ainda não. Zagottis e Ely observam que as ações de integração teriam que ser tomadas sem prejuízo ao dia a dia da operação. “Tentamos manter um olho no negócio e outro na integração. Mas sabemos que o jeito é trabalhar na supervisão e descentralizar as decisões“, diz Zagottis.

A participação de mercado da RaiaDrogasil cresceu em São Paulo de 20% para 21,6% de janeiro a junho deste ano, em relação ao primeiro semestre de 2011. As vendas subiram 21% no mesmo período. Neste ano devem ser abertas 110 lojas. A previsão era de 130. “É um ajuste necessário. Não adianta entr egar loja e depois ter que alterar documentação de novo“, diz Zagottis. O número caiu, mas equivale a uma loja a cada três dias.