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Fusão pode ampliar disputa sobre genérico
A união das operações de Droga Raia e Drogasil poderão elevar as margens de negociação das redes com os laboratórios e ampliar a disputa sobre o preço dos genéricos.
Com maior escala de compra, as empresas podem barganhar descontos mais amplos para o consumidor.
O impacto, no entanto, não se estenderia aos chamados medicamentos de referência (não genéricos e sujeitos a prescrição), que têm o preço regulado pela Câmara de Medicamentos, órgão vinculado ao Ministério da Saúde. Como são amplamente procurados pelas redes, a margem de descontos concedida pelos laboratórios é menor.
Segundo executivos próximos às negociações, uma estratégia de Droga Raia e Drogasil em genéricos seria adotar a mesma tática da Drogaria São Paulo, hoje líder de vendas, que arremata os lotes de genéricos com menor preço.
Os genéricos são vistos como uma grande fronteira de competição para o setor, pois patentes de medicamentos importantes de grandes laboratórios vão vencer neste ano.
O segmento cresceu 30% nos últimos 12 meses e hoje atinge R$ 7,3 bilhões.
Os benefícios para o consumidor com a consolidação do setor, no entanto, não são tão evidentes aos olhos de Pedro Matizonkas, da ESPM. “Os benefícios estão no ganho de musculatura das redes em número de lojas. O nível de serviço também precisa ser provado.“
Juntas, Droga Raia e Drogasil atingem receita de R$ 4 bilhões, somam 700 lojas e formariam uma empresa líder do setor.
Para Sérgio Mena Barreto, presidente da Abrafarma (Associação Brasileira das Redes de Farmácia e Drogarias), se concretizada, a transação não deve enfrentar resistência das autoridades regulatórias, em razão de o setor ser pulverizado.
Juntas, as empresas terão menos de 10% do mercado. “A empresa conjunta poderá fazer uma nova emissão na Bolsa e se capitalizar para abrir novas lojas“, afirma.
Segundo analistas ouvidos pela Folha, a Drogasil perdeu a oportunidade de ser a consolidadora do mercado, superada, por exemplo, pela movimentação da Drogaria São Paulo com a aquisição da rede Drogão em 2010.
Fonte: Folha de São Paulo