Anvisa finaliza fase de testes da rastreabilidade de medicamentos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de concluir a fase experimental do Sistema Nacional de rastreabilidade de medicamentos (SNCM), que contou com a participação de mais de 15 empresas, entre indústrias, distribuidoras, farmácias e hospitais. A Lei 13.410/2016 que criou o SNCM tem o objetivo de acompanhar os remédios em toda a cadeia produtiva, desde a fabricação até o consumo pela população.

 

“A rastreabilidade trará benefícios significativos, que vão desde uma maior segurança de pacientes e de profissionais em relação aos medicamentos utilizados, até um maior controle de produção e de logística, além de facilidades de fluxos e manutenção de padrões regulatórios de conformidade”, avalia Serafim Branco Neto, assessor da presidência da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma). Segundo ele, os rastreamentos acontecerão por meio de códigos de barras bidimensionais de captura, armazenamento e transmissão eletrônica de dados.

 

Estão previstos mais três anos para a completa implementação do sistema, período em que o setor terá para se adaptar às novas regras com base no cronograma a ser definido. “A rastreabilidade assegura a procedência desses produtos e permite ações mais efetivas do seu recolhimento por questões de qualidade, desvio ou roubo”, ressalta o diretor-presidente da Anvisa, William Dib. Após a fase experimental, o objetivo é definir uma proposta de cronograma de implementação do SNCM juntamente com o Comitê Gestor, além de iniciar uma consulta pública e redigir uma resolução ratificando os requisitos validados na fase experimental.

 

Eventos debatem os avanços do modelo

 

Dois seminários promovidos em maio ampliaram as discussões sobre a implementação do modelo de rastreabilidade. A convite do Sindusfarma, Anvisa, Gaesi/USP e representantes de empresas envolvidas no projeto-piloto do SNCM participaram de um encontro no dia 16 de maio. Na ocasião, foi levantada a possibilidade de as empresas, neste primeiro momento, realizarem a serialização dos produtos, sendo que a rastreabilidade ocorreria em uma etapa posterior.

 

Já no dia 22, a R&B Rastreabilidade Brasil reuniu players da indústria com a finalidade de colher impressões sobre a fase-piloto do SNCM. A empresa é especialista em soluções de TI para integração do canal farma em todas as etapas da rastreabilidade. Os laboratórios presentes ao evento reconheceram os avanços, mas valorizam a importância de ajustes internos para garantir a plena adequação ao modelo.

A Bayer, por exemplo, participa do projeto-piloto desde 2017, mas considera que os três anos para adaptação podem não ser suficientes. “As linhas gerais estão bem traçadas, mas precisamos que o sistema esteja plenamente configurado dentro de casa e ligue os três elos da cadeia – nossos parceiros nos segmentos de distribuição e varejo”, comenta a consultora sênior Alessandra Barra. Para Lauro Zuchelli, gerente nacional de logística da Profarma Specialty, o maior desafio reside na integração do transportador. “Esse profissional, em um determinado momento, assume o papel de operador e seus processos precisam estar plenamente inseridos no sistema”, observa.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico