Classes que mais compram artigos de HPC em farmácias

 Classes média e alta são as que mais compram artigos de HPC em farmácias

 



Farmácias e drogarias estão mais presentes nos hábitos de compra de higiene pessoal nos lares de nível última pesquisa divulgada pela empresa de pesquisa ACNielsen. Os dados do primeiro semestre de 2006 foram apresentados a alguns empresários de varejo farmacêutico em dezembro do ano passado.

De acordo com a pesquisa, exclusiva do segmento de higiene pessoal, a maior consumidora do canal farma é a classe média, que aparece com 43% de participação nas compras. Consumidores de nível socioeconômico alto representam 30%, e a classe baixa aparece com apenas 26% de participação na aquisição de produtos de higiene pessoal. 

Dos 36 milhões de domicílios urbanos, 54% compraram produtos de higiene pessoal no canal farma, no primeiro semestre de 2006. A pesquisa descobriu que, de cada 100 domicílios da classe alta (A+B), 62 adquiriam produtos nas drogarias nesse período. O mesmo ocorreu na classe média (C), onde foi constatado o mesmo valor de penetração. Já em relação à classe baixa (D+E), de cada 100 domicílios, somente 44 compraram no canal farma.

Segundo o gerente de atendimento ao varejo da ACNielsen, Olegário Araújo, dois motivos explicam esse quadro. O primeiro seria a percepção dos consumidores da classe A e B de que o sortimento em farmácias e drogarias é mais amplo, com produtos de maior valor agregado (os chamados Premium) em comparação aos vendidos no canal alimentar. O outro está relacionado ao comportamento da classe baixa, que costuma comprar nos supermercados tudo o que precisa, inclusive sabonetes, desodorantes, xampus e outros produtos de higiene pessoal.

Nos grandes centros, como as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo, a penetração do varejo farmacêutico é superior à média nacional (de cada 100 domicílios, 54 fazem compra no canal farma), devido, entre outros fatores, à concentração de renda e a maior densidade populacional dessas regiões. 

No Rio, por exemplo, de cada 100 lares, 77 compram produtos de higiene pessoal em farmácias e drogarias. Em São Paulo, esse valor sobe um ponto, passando para 78. As regiões Nordeste (32) e Centro-Oeste (36) são as que menos têm o hábito de adquirir esse tipo de produto no varejo farmacêutico.

“O canal farma continua sendo destaque no mercado de higiene pessoal, pois, ao lado do pequeno varejo alimentar, é o segmento que mais cresce no País”, explica Araújo. Na comparação do primeiro semestre de 2006 com o mesmo período de 2005, o varejo farmacêutico cresceu 8,2 (37%) em relação ao volume de vendas. Por região, o Nordeste, apesar de apresentar menor penetração no canal farma, dá sinais de crescimento: de 2005 para cá cresceu 10,7 em volume de vendas. “O Bolsa Família, a instalação de novas indústrias, o agronegócio e o turismo contribuem para o crescimento do consumo em farmácias e drogarias”, analisa o gerente da ACNielsen.

Expansão

São várias as razões apontadas para o crescimento da chamada “cesta de higiene pessoal”. A necessidade de conveniência é a principal delas. Cada vez mais os consumidores querem economizar tempo e resolver seus problemas por um caminho mais simples. As farmácias e drogarias, por existirem em grande quantidade e em qualquer lugar, suprem bem essa necessidade. 

Outra razão seria a elevação da expectativa de vida, ampliando, por exemplo, a idosa. “Se vamos bem. Isso justifica o aumento da demanda por produtos que proporcionam saúde e bem-estar”, explica Araújo. Além desses motivos, a ACNielsen cita ainda a vaidade masculina (o homem metrossexual), as inovações de formato e função dos produtos e o aumento do número de lançamentos de produtos Premium.

A busca pela conveniência aumentou depois que a mulher ganhou mais espaço no mercado de trabalho. Com menos tempo para realizar todas as tarefas domésticas e profissionais, contar com a praticidade que a farmácia e a drogaria oferecem resolve bem a questão “tempo x trabalho”. Em 2002, 7,7 milhões de mulheres trabalhavam fora. Em 2006, esse número chegou a 9,1 milhões, exibindo um crescimento de 17,4%. 

Categorias que mais crescem

A loção pós-barba está entre os produtos que mais crescem no segmento de higiene pessoal, com uma variação positiva de 15,8 no volume de vendas na comparação de 2006 com 2005.

A lâmina de barbear vem em segundo lugar, com 15,0. Em seguida, vem o creme depilatório (14,6), a fralda descartável (14,0) e as escovas dentais (12,3). 

A ACNielsen entende que é fundamental o varejo revisar o sortimento e espaço dedicado para essas categorias se quer acompanhar as tendências de  comportamento de compra de consumidor.

Fonte: Jornal da Farmácia (RJ)