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Pesquisadores da USP encontram molécula que inibe Chagas
Pesquisadores da USP em Ribeirão Preto encontraram uma molécula que inibe o crescimento do parasita da doença de Chagas. No mundo, já existem dois tipos de medicamentos para o tratamento da doença, no entanto, no Brasil, apenas um deles tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Benznidazol.
A molécula encontrada pelos pesquisadores mostrou uma a tividade cinco vezes melhor que o benznidazol na eliminação do Trypanossoma cruzi (T. cruzi), parasita causador da doença de Chagas.
Segundo a professora de Química Farmacêutica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, Ivone Carvalho, agora é preciso sintetizar uma quantidade maior da molécula e verificar se o resultado será o mesmo em animais para a formulação de um potencial fármaco. O estudo tem a colaboração da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
O benznidazol foi usado como modelo para o estudo das novas moléculas por ser o único medicamento disponível e, com isso, facilitou a descoberta de novos derivados mais potentes. Porém, o medicamento possui algumas limitações para eliminar o parasita e causa efeitos colaterais aos pacientes, como enjoos, dores estomacais e resistência ao medicamento.
Durante as primeiras semanas de infecção, também conhecida como fase aguda, o benznidazol consegue matar o parasita que se encontra na corrente sanguínea. Mas não é eficaz quando o diagnóstico ocorre na fase crônica, ou seja, quando o T. cruzi se hospeda nos tecidos e pode causar o crescimento de órgãos como o coração e o esôfago. A pesquisa está sendo realizada justamente para suprir a deficiência do benznidazol e assim obter um fármaco melhor para eliminar o parasita também nos casos crônicos com menos efeito colateral e não permitir o desenvolvimento de resistência dos parasitas ao medicamento.
Para a professora Ivone Carvalho a doença é negligenciada, “é causada por agente parasitário e tende a ser endêmica em população de baixa renda, não atraindo o interesse da indústria farmacêutica para novos medicamentos“, disse. Por isso, fica a cargo das universidades e institutos de pesquisa o interesse para novos estudos. A descoberta da molécula foi patenteada pela Agência USP de Inovação.
Fonte: CFF