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Hypermarcas inicia novo ciclo
Após adquirir laboratórios farmacêuticos e marcas de higiene e beleza entre 2008 e 2010, a Hypermarcas arrumou a casa nos últimos três anos, com investimentos na reestruturação de suas operações - o que incluiu a consolidação da produção em Goiás e a diminuição do portfólio de consumo - e na mudança de seu desenho organizacional. A partir deste ano, a companhia inicia um novo ciclo, com foco na melho ria de execução, disse ontem o presidente da empresa, Claudio Bergamo. Essa fase deve perdurar até 2017.
“Já fizemos muito nos últimos anos, mas ainda temos muito para fazer. Vamos capturar a s diversas oportunidades ainda existentes“, disse Bergamo. A companhia dividiu essas oportunidades em três blocos: marketing e inovação, comercial e distribuição e operações.
Segundo o executivo, a empresa vai aumentar “seletivamente“ seus gastos em marketing, para suportar o crescimento das marcas. No início deste ano, a companhia relançou a linha de barbear Bozzano, as fraldas para adultos Bigfral, e também vai relançar sua marca de esmaltes Risqué e as fraldas Pompom. A companhia elevou no ano passado seu patamar de despesas com marketing para cerca de 20% da receita, ante 18% em 2012.
A divisão de medicamentos deve ter recorde de lançamentos este ano. “Teremos renovação de nossas linhas de produtos em todos os segmentos de atuação da divisão farma“, disse Bergamo. O portfólio da companhia inclui Benegrip, Coristina, Doril, Estomazil e Gelol.
No lado comercial, a companhia vai investir mais na gestão de categorias no varejo. “Temos potencial de exercer li derança nos pontos de venda nas categorias em que somos líderes. Para atingir esses objetivos, a empresa conduziu um processo enorme de transformação e compactação de sua força de vendas“, afirmou o presidente. A empresa iniciou 2013 com nove equipes de venda e terminou o ano com apenas duas. Outro objetivo da empresa daqui para frente é preencher os \'espaços em branco\', ampliando a distribuição de cada marca para demais canais e regiões. O preservativo Olla, por exemplo, tem boa presença no interior de São Paulo. Sua distribuição e vendas precisam de reforço em outros mercados.
A companhia planeja investir para aumentar a produtividade industrial, reduzir o custo de insumos, melhorar seus processos e buscar maior eficiência das despesas operacionais. Para Bergamo, esse processo começa em um ano de muitas incertezas. “Não sabemos se a Copa do Mundo vai resultar em aumento ou diminuição de consumo, e também temos mais feriados e as eleições“. Ele também vê pouco espaço para ganho de rent abilidade, pois há aumento de pressão de custos de insumos. Se a empresa conseguir compensar esse efeito com ganhos de produtividade, ele pretende redirecionar os recursos para o marketing.
A Hypermarcas projeta um ebitda ajustado (geração de caixa descontados os gastos não recorrentes) de R$ 1,1 bilhão este ano, 10% acima do resultado de 2012. Segundo Bergamo, esse objetivo é realista e desafiador.
No ano passado, o lucro da Hypermarcas subiu 26%, para R$ 256,7 milhões, enquanto a receita líquida aumentou 10%, para cerca de R$ 4,2 bilhões. A divisão farmacêutica avançou 12,2%, para R$ 2,3 bilhões. A divisão de consumo cresceu 7,4%, para R$ 1,9 bilhão, ou 11,1%, considerando apenas as operações continuadas.
O endividamento líquido somou R$ 2,9 bilhões. A empresa eliminou a exposição de sua dívida à variação cambial, com a recompra de parte dos títulos emitidas no exterior, e a proteção do restante por meio de “hedge“. Essas operações geraram um pico de desp esas financeiras, faz endo o lucro cair 56% no último trimestre de 2013.
Fonte: Valor Econômico
Por Adriana Meyge | De São Paulo