Instituto aponta alto risco de lesões agudas associado ao uso de anticoagulantes orais

  Departamento de Comunicação CRF-SP (Fonte: Raissa Carolina Fonseca Cândido/ISMP )

O Instituto para Práticas Seguras no Uso de Medicamentos dos Estados Unidos (ISMP) divulgou uma análise com 1,2 milhão de relatos de eventos adversos reportados ao US Food and Drug Administration (FDA) durante o ano de 2016, e observou que os anticoagulantes estão entre os principais responsáveis por um grande número de danos graves e óbitos relacionados a medicamentos nos Estados Unidos.

Diante disso, o instituto examinou o alto risco de lesões agudas associado ao uso de anticoagulantes orais e elaborou cinco medidas práticas para o que FDA, a indústria farmacêutica e os profissionais de saúde contribuam para aumentar a segurança no uso desses medicamentos:

1. Garantir a ampla disponibilidade de antídotos para reverter sangramentos causados por anticoagulantes orais diretos.

2. Estabelecer diretrizes para terapia combinada com agentes antiplaque tários (ex.: aspirina, clopidogrel) e anticoagulantes orais, especialmente em pacientes idosos. A combinação de vários agentes antitrombóticos aumenta o risco de sangramento e pouca informação está disponível para orientar quando esta terapia oferece benefícios suficientes que superam os riscos aumentados.

3. Reavaliar a adequação das doses de rivaroxabana uma vez por dia em comparação com anticoagulantes semelhantes com um esquema de dosagem melhor adaptado ao tempo de meia-vida do fármaco. Embora os resultados dos ensaios clínicos para o rivaroxabana sugerem riscos e benefícios semelhantes à varfarina, é provável que o aumento na segurança seja com doses duas vezes ao dia.

4. Fornecer o “tempo em intervalo terapêutico” (TTR, em inglês “Therapeutic Time Range”) para dabigatrana para identificar pacientes com anticoagulação sub-ótima ou excessiva. Um fármaco com grande variabilidade no efeito anticoagula nte em uma mesma dose, precisa de um método de teste recomendado para identificar aqueles pacientes com uma dose fora do intervalo terapêutico.

5. Tomar medidas para garantir que a facilidade de uso dos anticoagulantes orais diretos não resulte em uso excessivo desses medicamentos, especialmente em pacientes com fibrilação atrial com menor risco de AVC isquêmico e em pacientes idosos com maiores riscos de sangramento.