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Vai faltar técnico de farmácia nos Estados Unidos
A escassez de técnicos de farmácia preocupa empresários e executivos nos Estados Unidos. Segundo projeções do Bureau of Labor Statistics, unidade do Departamento de Trabalho do governo norte-americano, até 2026, o varejo e instituições de saúde locais terão aumento de 12% no volume de empregos disponíveis para esses profissionais. Isso significa que 47 mil vagas precisarão ser preenchidas nesse período. No entanto, a oferta de cursos de graduação é baixa e pouco qualificada.
Tom Maez, vice-presidente da Rx Relief, companhia especializada em recrutamento de mão de obra para o mercado farmacêutico, aponta uma série de razões para essa carência. Uma delas é a duração do programa de treinamento, que varia de seis a nove meses e, em uma universidade pública, pode custar US$ 8 mil. “Além de não terem nenhuma remuneração enquanto estão estudando, muitos ainda contraem dívidas. E após obterem a certificação, o salário médio gira em torno de US$ 15 a US$ 18 por hora, ou apenas US$ 40 mil por ano – um valor nada convidativo especialmente para os que atuam como principais provedores da família”, ressalta.
Maez também atribui a realidade atual ao fechamento, em 2015, da Corinthian Colleges (CCI). A rede foi fundada em 2005 e chegou a somar 100 faculdades distribuídas pelos Estados Unidos e pelo Canadá. No entanto, após uma série de denúncias de operações fraudulentas que acarretaram em mais de US$ 30 milhões em multas pelo Departamento de Educação norte-americano, a instituição teve sua falência decretada.
“Os técnicos poderiam estar trabalhando com alguns processos muito sofisticados, como a preparação de medicamentos quimioterápicos ou de suporte nutricional. Mas essas tarefas exigem um nível elevado de conhecimento que, infelizmente, esbarra na baixa oferta de cursos de especialização”, conclui.
Realidade brasileira
No Brasil, a carreira de técnico de farmácia convive atualmente com um embate jurídico no Supremo Tribunal Federal (STF). O pleno do órgão vai decidir, com repercussão geral para todas as instâncias, se esses profissionais poderão também assumir a responsabilidade técnica por drogarias. A maioria dos ministros já votou nessa direção no plenário virtual, acompanhando proposta do ministro Marco Aurélio. Foi ele o relator de um recurso extraordinário impetrado na justiça mineira. O autor questionou a decisão do Conselho Regional de Farmácia do Estado de Minas Gerais (CRF-MG), que negou sua inscrição como técnico na entidade e a emissão de Certificado de Regularidade Técnica.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico