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OMS volta a adiar destruição de estoques de vírus de varíola
Os países-membros da OMS (Organização Mundial da Saúde) adiaram por mais três anos a destruição das últimas amostras do vírus da varíola, doença que foi erradicada em 1980. A decisão foi anunciada ontem, em Genebra, durante a 64ª Assembleia Mundial da Saúde, que também fixou outras 27 resoluções.
Os países não chegaram a um acordo sobre a data da destruição dos vírus, que estão armazenados em laboratórios da Rússia e dos EUA.
A varíola é uma doença altamente contagiosa cuja taxa de mortalidade chega a 30%. O último caso conhecido de contágio natural ocorreu na Somália, em 1977. Essa foi a quarta vez, desde 1986, que os representantes dos países-membros da OMS trataram do tema. Os defensores da destruição do vírus, como Malásia, Tailândia e Irã, temem que as amostras possam cair nas mãos de terroristas.
Já os países que querem preservá-las, como os EUA e a Rússia, afirmam que os estoques são necessários para desenvolver drogas e vacinas mais seguras e eficazes do que as que já existem. Para Pierre Formenty, analista da OMS, as antigas vacinas que permitiram erradicar o vírus não podem mais ser utilizadas, por conta de seus efeitos colaterais.
Além disso, afirma, as vacinas que existem hoje não podem ser dadas a pessoas com baixa resistência imunológica, como soropositivos, deixando de cobrir grandes populações em países com alta incidência de Aids.