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Vacinação contra rotavírus diminui mortalidade infantil
Mortes por diarreia caíram 22% no Brasil desde que a vacina entrou no calendário nacional de imunização .
Estudo feito por técnicos do governo brasileiro e dos EUA também mostra queda nas internações.
A vacinação contra o rotavírus reduziu o número de mortes e internações de crianças por diarreia no Brasil. O dado é de um estudo publicado ontem no periódico médico “PLoS Medicine“. Segundo a pesquisa, a campanha nacional de vacinação contra o vírus, implantada pelo Ministério da Saúde em 2006, reduziu em 22% as mortes por diarreia em crianças de até cinco anos.
Também houve queda de 17% nas internações causadas pela doença no país.
As informações foram levantadas por técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde, ligada ao ministério, e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, dos EUA. Foram comparados dados de mortes e internações de 2002 a 2005, antes da vacinação, às taxas de 2007 a 2009. Nesse período, segundo o estudo, 1.500 mortes e 130 mil internações foram evitadas.
A maior queda nas mortes foi observada na região Norte do país: 38%. Os Estados do Norte e do Nordeste tiveram as maiores reduções de mortes em números absolutos. “A vacina favoreceu mais essa área, porque é onde o acesso ao tratamento é mais limitado“, afirma a infectologista Lily
Weckx, da Unifesp. “A vacina tem um alcance maior do que o tratamento. As pessoas podem ter dificuldade em encontrar um médico que atenda em determinadas regiões, mas a cobertura da vacina é boa.“
Em 2009, estima-se que 84% das crianças com até um ano tenham sido vacinadas no país. De acordo com os especialistas, a incidência de infecções causadas pelo vírus é semelhante em todas as regiões. O que muda são as consequências da doença.
“O vírus é democrático na transmissão, mas mata mais os mais pobres“, diz Weckx. Para o pediatra Evandro Baldacci, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, a vacina não é prioridade nas regiões mais desenvolvidas. “É mais útil onde faltam condições adequadas de higiene e tratamento hospitalar“, afirma.
Fonte: Folha de São Paulo