Laboratório fundado por bioquímicas em Brasília se expande para SP e MG e estuda novas compras

 Enquanto economistas calculavam o tamanho da recessão e empresários cancelavam investimentos, os executivos do Laboratório Sabin, de Brasília, fechavam negócios. Nos últimos oito meses, três laboratórios foram incorporados pelo grupo, a maior rede de análises clínicas do Centro-Oeste.

Com as aquisições, o Sabin avançou nos mercados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, passando a atuar no segmento de exames de imagem, considerado um dos mais rentáveis do setor.

A chegada ao mercado paulista ocorreu em novembro com a compra das oito unidades do Quaglia Laboratório, em São José dos Campos (SP). Quatro meses depois, foi a vez de arrematar as 12 unidades do Laboratório Renato Arruda, em Campo Grande (MS). No início deste mês, foram compradas as quatro unidades do Ipac Medicina Diagnóstica, laboratório de Uberlândia (MG), que oferece exames de imagem.

As aquisições não foram fortuitas. O Sabin tem planos de se tornar uma marca nacional. Desde 2012, sete redes de laboratórios foram compradas em seis Estados.

A empresa quer desembolsa r R$ 200 milhões neste ano na compra de rivais - o valor das operações já fechadas não foi revelado.

O plano de expansão foi pensado em 2010, quando as fundadoras, as bioquímicas Janete Vaz e Sandra Soares Costa, decidiram aderir a um programa da Fundação Dom Cabral. A estrutura da empresa foi repensada, e um projeto de crescimento, desenhado. Durante dois anos, as sócias mapearam o mercado atrás dos melhores alvos para aquisição, enquanto abriam novas filiais.

Começaram por Estados geograficamente mais próximos. “A logística é um fator crítico. Exames mais complexos são feitos em Brasília e têm de chegar na capital no mesmo dia“, diz Lídia Abdalla, que assumiu a presidência-executiva do Sabin em 2014, quando Vaz e Costa passaram a compor o recém-criado con selho de administração da empresa.

O movimento de expansão fez com que o Sabin mais que triplicasse o faturamento, saindo de R$ 120 milhões em receitas em 2009 para R$ 415 milhões no ano passado. As unidades saltaram de 56 para 146 no período.

DO PRÓPRIO BOLSO

Hoje, a rede está em Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Amazonas, Pará, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Distrito Federal.

Os planos seguem ambiciosos. Em análise, está a expansão para a região Sul. A meta neste ano é ampliar em 30% o faturamento.

Os investimentos são feitos com capital próprio das sócias e “uma pequena parcela“ de empréstimos bancários, afirma Abdalla.

As fundadoras resistem há anos ao assédio de investidores interessados em comprar uma participação do Sabin. Segundo Abdalla, pelo menos por enquanto, a estratégia será mantida.

Fonte: Folha de S.Paulo

RENATA AGOSTINI DE SÃO PAULO