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SP quer eliminar esquistossomose e promove semana da prevenção
Até 27 de maio 5 mil unidades de saúde estarão mobilizadas para receber pacientes com sintomas da doença
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo planeja erradicar a transmissão local de esquistossomose no Estado até 2015. Por isso promove, até 27 de maio, a Semana Estadual da Esquistossomose, que irá mobilizar cinco mil unidades públicas de saúde nos municípios paulistas.
Durante a semana, os municípios irão desenvolver atividades educativas e oferecer exames à população. Os pacientes diagnosticados com a doença serão tratados gratuitamente, com prescrição de um antiparasitário.
Cerca de cinco mil unidades básicas de saúde e mais de 100 unidade geossentinelas que realizam testes complementares sorológicos para diagnóstico da doença estarão reforçando o atendimento à população que procurar os serviços com a suspeita de ter adquirido a doença.
Serão distribuídos à população e escolas 50 mil cartazes, 50 mil folhetos e 500 mil panfletos com informações sobre a esquistossomose e prevenção da doença.
“Com maior divulgação sobre a esquistossomose, formas de transmissão, prevenção e tratamento, é possível aumentar a captação precoce de casos e garantir o tratamento,” explica Núbia Araújo, enfermeira do Centro de Vigilância Epidemiológica.
Entre 2003 e 2010, os casos de contágio autóctone de esquistossomose caíram 76%. No ano passado foram 140 notificações em 2010 no Estado de São Paulo. O objetivo é zerar esses casos e eliminar focos de transmissão até 2015.
A doença
A esquistossomose, também conhecida como “barriga d’água”, é causada por um parasita chamado Schistosoma mansoni. Sua transmissão depende da existência de determinadas espécies de caramujos em rios, lagoas, córregos, represas e mangues, entre outras coleções hídricas contaminadas por esgoto sem tratamento.
Os ovos do parasita, eliminados nas fezes de indivíduo contaminado e liberado na água, transformam-se em larvas que infectam os caramujos. Depois de quatro a seis semanas, a larva deixa o caramujo, permanecendo nas águas.
O indivíduo, quando entra em contato com essas águas infestadas, seja por lazer ou a trabalho, adquire a doença pela pele. Ela se manifesta de duas a seis semanas após o contato.
Se o paciente não for tratado, permanecerá excretando ovos do parasita por muitos anos, constituindo-se também como forma de disseminação da doença.
Muitas vezes, a esquistossomose não apresenta sintomas, mas quando eles aparecem, vão desde coceira na pele, vômitos e diarreias, a problemas mais graves, como aumento do tamanho do fígado e baço, com risco de óbito.
O tratamento é feito com medicamento seguro e efetivo, via oral em dose única e prescrito pelo médico quando os exames tiverem resultados positivos. O remédio é gratuito e é ministrado na própria unidade de saúde.
Algumas regiões do estado de São Paulo, principalmente áreas de invasão, com intensa migração, e com córregos, rios, mangues poluídos apresentam ainda focos da doença como a Baixada Santista, Vale do Ribeira, Vale do Paraíba, Região Metropolitana de Campinas e alguns
municípios da Região Metropolitana de São Paulo.