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Coração biônico
Cientistas americanos testam com sucesso prótese que mantém as funções cardíacas.
Um coração que não bate. Impulsiona o sangue em vez de bombeá-lo. Um protótipo desse novo coração biônico acaba de ser desenvolvido no Texas Heart Institute, nos Estados Unidos. Seu principal diferencial em relação às próteses criadas até agora é justamente o fato de injetar o sangue no organismo por meio de um sistema que não exige seu bombeamento. Esta capacidade natural do coração é uma das mais difíceis de serem imitadas e diversas tentativas estão sendo feitas ao redor do mundo para tentar reproduzi-la – uma delas usa tecido cardíaco criado a partir de células-tronco. “O coração humano bate em torno de 42 milhões de vezes por ano”, afirma William Cohn, chefe da equipe que desenvolve o aparelho. “Se tentarmos substitui-lo por uma máquina com muitas partes móveis, ela pode se desgastar muito rapidamente”, completa.
AÇÃO
Dentro do aparelho, um disco gira entre duas e três mil vezes
por minuto para injetar o sangue para o resto do corpo.
A solução dos americanos foi usar um propulsor que levita devido à força eletromagnética. O sistema garante o aporte necessário de sangue para o organismo e não permite o contato mecânico entre as partes do aparelho. “Evita-se assim seu desgaste precoce”, explica o cirurgião Mauro Leme de Sá, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O protótipo já foi testado em animais, com sucesso. Um mês após o implante, as cobaias foram sacrificadas para que os cientistas conferissem o estado de órgãos como os rins, o cérebro e os pulmões. “Eles estavam sem sinais de qualquer problema”, disse Cohn.
No Brasil, pesquisadores do Instituto Nacional de Cardiologia, no Rio de Janeiro, conhecem a estratégia. “Trabalhamos com essa tecnologia, porém não com a prótese total”, informou o cirurgião cardíaco Alexandre Siciliano. “Apenas o suporte para o lado esquerdo, chamado de ventrículo artificial esquerdo”, completou. Na opinião do especialista, embora a opção do coração biônico ainda necessite ser melhor estudada, a tecnologia pode realmente servir como alternativa às demandas de transplantes de coração no futuro.
Fonte: Revista IstoÉ Dinheiro