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Por mais profissionalização do mercado farmacêutico
Mesa-redonda na FAAP reforça a necessidade de qualificar gestores para atuação em um setor em desenvolvimento.
As PDPs (Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo), o processo de regulamentação de medicamentos e a importância da profissionalização dos quadros do mercado de trabalho farmacêutico foram os pontos centrais da mesa-redonda “Mercado Farmacêutico: gestão & estratégias 2017“, realizada na última sexta-feira no campus da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP).
“O Brasil é um consumidor do novo. No entanto, é fabricante do velho“, disse o presidente-executivo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), Antônio Britto, acrescentando que o País precisa participar mais da coprodução de produtos. “Só daqui a 20 ou 30 anos teremos alguma chance de produzir o novo. O Brasil é um país que inaugura prédios e não cérebros“, lamenta.
Iniciativas como as PDPs - criadas para facilitar parcerias entre laboratórios públicos e privados para a transferência de tecnologia - são muito importantes. Mas, segundo Britto, precisam de programas de fortalecimento, principalmente nos laboratórios públicos, para não se tornarem soluções falsas.
Os números apresentados pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa, mostram o quanto o Brasil precisa melhorar nesse assunto. Em 2016, a média mensal de entrada de petições na Anvisa para medicamentos genéricos e similares foi de 113,6 processos. Em contrapartida, a média mensal de entrada de pedidos de registro de novos medicamentos foi de 15,2 processos.
“A média de processos na fila de registro de genéricos e similares é sempre muito maior que os inovadores. Mas, apesar de diminuir a cada ano, ainda é muito maior do que gostaríamos“, acrescenta Barbosa.
O evento marcou o lançamento do novo curso de pós-graduação em Gestão Estratégica de Produtos Farmacêuticos e o início da parceria entre a FAAP e a Interfarma para o desenvolvimento profissional do mercado farmacêutico.
Carreira
O curso de pós-graduação em Gestão Estratégica de Produtos Farmacêuticos foi criado para atender a necessidade de um mercado que, apesar da crise econômica, se mantém em crescimento, muito por conta do envelhecimento da população. E com todo o aumento e desenvolvimento da indústria, a necessidade de se ter gestores nessa área também é maior.
“A indústria farmacêutica tem um modelo de carreira tradicional, mas o nível de complexidade só aumenta, o que requer mais especialização dos gestores“, ressalta o vice-presidente sênior de Tecnologia e Serviço para América Latina da QuintilesIMS, Sydney Clark.
Para Barbosa, da Anvisa, é preciso eliminar as diferenças de uma indústria que cresceu rapidamente, mas carrega muito da gestão familiar. “Muitos aprenderam com problemas de campo“, observa. Britto, da Interfarma, acrescenta que a indústria vai continuar crescendo em um ambiente regulatório de mais qualidade, mais mercadológico e mais competitivo, abrindo espaço para a oferta de qualificações.
O curso de pós-graduação da FAAP tem coordenação da professora Erica Maluf, executiva de assuntos regulatórios, farmacovigilância e compliance. “O curso busca capacitar todas as posições da empresa, porque identificamos na indústria uma dificuldade grande na transição lateral de cargos“, finaliza.
Fonte: P ortal Segs