Cetuximab® da Merck Serono prolonga sobrevivência dos doentes cancro colo-rectal metastático

 Quando comparado com Bevacizumab, segundo nova análise de subgrupos do estudo FIRE-3 AIO

A Merck Serono, a divisão bi ofarmacêutica da Merck, anunciou, em comunicado de imprensa, que o grupo cooperativo de investigação alemão AIO (Arbeitsgemeinschaft Internistische Onkologie) reportou dados adicionais relativos ao ensaio clínico head-to-head de fase III, FIRE-3, os quais demonstram uma melhoria clinicamente relevante relativamente ao Cetuximab® (cetuximab) em associação com FOLFIRI vs. bevacizumab em combinação FOLFIRI como tratamento de primeira linha do cancro colo-rectal metastático (CCRm) em doentes com tumores RAS WT.

Os novos dados, obtidos através de uma análise exploratória pré-planeada, foram apresentados no European Cancer Congress 2013 (ECCO, ESMO, ESTRO). A análise evidencia um aumento de 7,5 meses na sobrevivência global mediana (OS) nos doentes com CCRm com tumores do tipo RAS WT (n=342) – o RAS WT é definido pela ausência de mutações nos exões 2, 3 e 4 do KRAS e do NRAS – que rec eberam como terapêutica de primeira linha Cetuximab® em combinação com FOLFIRI em comparação com doentes que receberam bevacizumab em associação com FOLFIRI (OS: 33,1 meses vs. 25,6 meses, respectivamente; hazard ratio [HR]: 0.70, p=0.011).

Na análise post hoc realizada, observou-se que no grupo de doentes com tumores do tipo RAS MT (n=178, mutações nos exões 2, 3 e 4 do KRAS e NRAS), os doentes que receberam Cetuximab® em associação com FOLFIRI como terapêutica de primeira linha obtiveram uma OS de 20,3 meses vs. os 20,6 meses obtidos pelo grupo de doentes que foi tratado com bevacizumab em combinação com FOLFIRI (HR: 1,09; p=0,60).

No grupo de doentes em que foram observadas novas mutações no RAS (n=65; mutações nos exões 3 e 4 do KRAS e nos exões 2, 3 e 4 do NRAS), os doentes que receberam como trat amento de primeira linha Cetuximab® associação com FOLFIRI atingiram uma OS de 16.4 meses vs. os 20.6 meses atingidos pelos doentes que foram tratados com bevacizumab em combinação com FOLFIRI (HR: 1.20; p=0.57).

Como anteriormente apresentado na reunião anual da American Society of Clinical Oncology (ASCO) 2013 e no World Congr ess on Gastrointestinal Cancer 2013, o endpoint primário deste estudo, a taxa de resposta objectiva, não foi alcançado (análise feita pelos investigadores aos doentes KRAS WT (exão 2)).

No grupo de doentes com tumores do tipo KRAS WT (relativamente ao exão 2), foi observado um expectável e equilibrado cross-over ou prorrogação do tratamento para além da progressão da doença em relação aos tratamentos subsequentes com agentes biológicos utilizados nas terapêuticas de segunda linha (tanto anticorpos anti-EGFR como bevacizumab). Além disso, não foram observados grandes desequilíbrios no que diz respeito aos regimes de quimioterapia utilizados na segunda linha de tratamento. É importante salientar que este resultado não é completamente definitivo (taxa de eventos de 57% na população intent-to-treat (ITT) com tumores do tipo KRAS WT (exão 2)), sendo que será actualizado no momento devido.

< p class=MsoNormal>“Estes novos dados relativos ao estudo de fase III FIRE-3 demonstram um aumento de 7,5 meses na sobrevivência global mediana para 33,1 meses quando se utiliza como tratamento de primeira linha, Cetuximab® em associação com FOLFIRI em comparação com bevacizumab em combinação com FOLFIRI, no cancro colo-rectal metastático. Este prolongamento é um interessante e importante resultado“ referiu o professor Volker Heinemann da Ludwig-Maximilians University, em Munique e principal investigador do ensaio clínico FIRE 3.

“Juntamente com os con hecimentos obtidos através de outros estudos recentes relevantes, estes resultados sugerem que a primeira l inha de tratamento dos doentes RAS WT deve incluir terapêutica anti-EGFR. “Estes resultados demonstram que o status do RAS nos tumores é susceptível de ajudar a identificar os doentes que mais provavelmente irão beneficiar com Cetuximab®, em primeira linha “ disse a Dra Annalisa Jenkins, Head of Global Drug Development and Medical da Merck Serono.

“Estão a ser realizadas análises adicionais a biomarcadores a partir dos dados relativos a estudos importantes com Cetuximab®, como o CRYSTAL e o OPUS com o intuito de esclarecer o verdadeiro papel das mutações RAS nestes doentes“, concluiu.

Fonte: RCM Pharma