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Apendicite: reavaliação com ultrassom pode evitar cirurgia
Divulgado no jornal European Radiology, estudo sustenta a importância de se fazer um ultrassom para reavaliar ou ainda revalidar a indicação de uma cirurgia para retirada do apêndice. São quatro os pontos-chave do estudo: 1) ainda ocorrem muitos diagnósticos equivocados de apendicite, especialmente quando o exame radiológico não permite definir exatamente os achados; 2) a sensibilidade e a especificidade da tomografia computadorizada seguida por um ultrassom são muito maiores do que apenas a realização do primeiro exame; 3) após uma reavaliação com ultrassom, a taxa negativa de apendicectomia caiu de 3,4% para 2,3%; 4) em casos que deixam dúvi das, a realização de um ultrassom após a tomografia computadorizada aumenta a confiança no diagnóstico e no tratamento indicado. O estudo, desenvolvido por uma equipe de médicos sul-coreanos, avaliou 869 pacientes com suspeita de apendicite durante seis meses.
A apendicite é uma inflamação do apêndice – pequeno órgão linfático que faz parte do intestino grosso. Tem cerca de dez centímetros de comprimento e a forma prolongada de um dedo. Popularmente, acredita-se que o apêndice não sirva para nada, que seja um órgão sem função. Mas, quando é obstruído ou fica inflamado, pode ocorrer translocação bacteriana – fazendo com que as bactérias que vivem no interior do apêndice atravessem sua parede e cheguem à corrente sanguínea e ao peritônio (membrana que reveste o intestino). A dor, no início, pode ser difusa. Mas, se realmente o peritôni o estiver comprometido, a pessoa sentirá fortes dores em torno do umbigo. Outros sintomas são perda de apetite, náuseas, vômito, febre e paralisação do intestino. De qualquer forma, a investigação radiológica deve ser realizada sem demora para que o tratamento traga alívio ao paciente e evite consequências mais graves, como uma infecção generalizada.
De acordo com o doutor Juan Cevasco, médico radiologista do Centro de Diagnósticos Brasil (CDB), em São Paulo, fortes dores abdominais exigem investigação diagnóstica abrangente, já que oco rrem em quadros de diverticulite, síndrome do intestino irritável, ou, ainda, inflamações das trompas, ovários e útero. “Como o diagnóstico de apendicite é complexo e o tratamento é cirúrgico, cabe ao radiologista lançar mão de toda tecnologia disponível para determinar com máxima precisão o quadro do pacien te. Daí a importância de realizar um ultrassom como complemento da tomografia computadorizada nos casos em que se necessita de mais dados para completar o diagnóstico. Em especial, nos pacientes mais magros ou naqueles em que já ocorreu alguma evolução do caso”.
Fonte: Revista Fator Brasil