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Farmácia perde George Washington Bezerra da Cunha
A Farmácia perdeu, na tarde desta quarta-feira, dia 17 de junho, um dos seus representantes mais brilhantes no País. Morreu, em São Paulo (SP), o farmacêutico George Washington Bezerra da Cunha. Ele tinha 70 anos e, por quase 40 anos (de outubro de 1975 a maio de 2013), foi diretor técnico do Serviço de Farmácia do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP). Até o início da noite não havia informações sobre horário e o local do velório e da cremação do corpo.
Farmacêutico-bioquímico pela Universidade Federal do Ceará, com especialização em Farmacologia e Farmácia Clínica pela Long Beach Memorial Hospital, na Califórnia (Estados Unidos), o Dr. George Washington Bezerra da Cunha faz parte da história da Farmácia Clínica no Brasil. Ele idealizou e organizou, com o apoio do Conselho Federal de Farmácia (CFF), o “I Congresso Brasileiro de Medicamentos em Dose Unitária”, em São Paulo, de 16 a 18 de agosto de 2001. O Congresso atraiu mais de 800 participantes e trou xe recomendações objetivas e factíveis para reforçar o sistema de dose unitária nos hospitais brasileiros.
“Lamentamos a perda. Ele teve um papel importante na formação de farmacêuticos de várias partes do País, entre os quais se destacam Sônia Lucena Cipriano e o professor Tarcísio José Palhano, assessor da Presidência do CFF, os quais começaram suas atividades profissionais pelas mãos do Dr. George Washington”, disse o presidente do Conselho, Walter Jorge João.
Farmacêutico respeitado nacional e internacionalmente, George Washington Bezerra da Cunha foi farmacêutico chefe da Farmácia Privativa do Hospital Albert Einstein, consultor farmacêutico da Organização Pan-americana da Saúde (Opas)/OMS para a América do Sul, presidente da Central de Medicamentos (Ceme), do Ministério da Saúde, e assessor especial para Medicamentos da Secretar ia de Saúde de São Paul o. No CFF, integrou o Grupo de Trabalho sobre Farmácia Hospitalar.
Autor de livros conhecidos do público farmacêutico, a exemplo de “O Perigo das Interações de Drogas Injetáveis em Soluções Parenterais – Soros”, “Guia Farmacoterapêutico Cardiovascular”, entre tantas outras publicações, ele teve uma vida profissional extremamente produtiva e prestou uma grande contribuição à profissão que escolheu.
Sua dedicação, até bem recentemente, lhe rendeu prêmios. Em 2010, estudo em que participou como autor, junto com os farmacêuticos Mariana Cappelletti Galante e Valter Garcia Santos – intitulado Clinical case: drug interaction between cyclosporinephenytoin (Caso Clínico: Interação Medicamentosa entre Ciclosporina e Fenitoin) –, foi premiado no XVI Congresso Paulista de Farmacêuticos e 2º Congresso da Farmácia Brasileira. O estudo dem on stra, de forma exemplar, a importância do farmacêutico atuante na equipe de saúde, no sentido de promover o uso racional e seguro dos medicamentos.
Em vários momentos, o Conselho Federal de Farmácia (CFF) teve a oportunidade de compartilhar, por meio de seus veículos de comunicação, o conhecimento, a história de dedicação à Farmácia e até o bom humor do Dr. George Washington (ver links abaixo). Em 2001, ele foi homenageado com a Comenda do Mérito Farmacêutico, a mais alta honraria do CFF para destacar profissionais, cidadãos e instituições que contribuíram para o engrandecimento da Farmácia. George Washington recebeu a homenagem das mãos do então conselheiro federal suplente por São Paulo, Márcio Antônio da Fonseca e Silva.
Fonte: Comunicação do CFF