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Genéricos se consolidam, mas investimento em pesquisa ainda é pequeno
Depois de uma década de mercado, os genéricos já se consolidam como uma opção para pacientes de todo o Brasil, abocanhando uma fatia de cerca de 20% das vendas do setor farmacêutico no País. No primeiro semestre de 2011, o segmento deve superar a marca de R$ 1,7 bilhão de faturamento, o que representa mais de 123 milhões de unidades vendidas, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos
Genéricos (Pró Genéricos).
Apesar de garantir um espaço aos laboratórios nacionais, que respondem por 85% do setor, ainda não garante investimentos em inovação. Atualmente, as empresas aplicam em média de 6% do faturamento, ante investimento acima de dois dígitos dos grandes laboratórios mundiais.
Ao todo, o setor já investiu mais de US$ 170 milhões na construção e modernização de plantas no País ao longo dos 10 anos.
A EMS Pharma espera faturar R$ 2 bilhões em 2011, o que representa um crescimento de 39%, segundo seu diretor de Marketing, Marco Aurélio Miguel. “Esse crescimento acompanha o aumento do acesso da população a genéricos. Este ano, entre as oito moléculas [princípios ativos] que lançamos, houve um aumento de 50% do consumo“, diz Miguel. Segundo o diretor, 6% do faturamento são investidos em pesquisa e desenvolvimento. “Ainda este ano serão lançadas mais 15 moléculas genéricas.“
A Germed Pharma também destina 6% de seu faturamento à pesquisa. No ano passado, sua receita foi de R$ 393,9 milhões, enquanto para este ano a companhia prevê um faturamento de cerca de R$ 500 milhões, quase 30% maior do que o do ano passado, explica o diretor Comercial, Fernando Marinheiro. “Um exemplo do beneficio do genérico foi o fim da patente do Viagra (citrato de siudenafina), que aumentou as vendas da substância de 200 mil unidades, em média, para 1,3 milhão depois da liberação do princípio ativo“, diz o executivo.
Uma das exceções, que praticamente não sofre com a concorrência dos medicamentos genéricos, é o Laboratório Catarinense. Para seu gerente de Marketing, Paulino Duarte, o fato de utilizar fitoterápicos (plantas e ervas medicinais), garante maior autonomia sobre a fórmula.
O presidente da Pró Genéricos, Odnir Finotti, acredita que a expansão dos genéricos vem sendo beneficiada pela participação dos produtos no Programa Farmácia Popular do governo federal. O Programa, que oferece oito medicamentos gratuitamente para hipertensão e diabetes, já responde por cerca de 14% das vendas da indústria de genéricos. “Atualmente em torno de 60% dos medicamentos distribuídos gratuitamente pelo programa Farmácia Popular são genéricos“, afirma Finotti.
Em 2011, outro ponto favorável é a liberação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de mais de 40 novos genéricos de medicamentos cuja patente expirou.