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Poluição aumenta risco de bebês nascerem abaixo do peso
Mulheres grávidas expostas à micropartículas do ar podem transferir problemas ao feto
LONDRES - Mulheres grávidas expostas à poluição têm mais chances de dar à luz bebês abaixo do peso normal, mostrou um estudo publicado na “The Lancet Respiratory Medicine”. O baixo peso ao nascer - menos do que 2,5 kg - aumenta o risco de mortalidade e doenças infantis, e tem sido associado a problemas durante a vida, incluindo diabetes e doenças cardiovasculares.
O estudo prestou especial atenção ao material particulado fino, invisíveis ao olho humano. Estas partículas microscópicas (um trigésimo da espessura de um fio de cabelo, que varia entre 15 e 180 micrô metros) são despejadas na atmosfera por várias fontes, incluindo os poluentes de automóveis e de indústrias, e têm sido associadas a doenças cardíacas e pulmonares, câncer e morte prematura.
Os pesquisadores estimam que para cada aumento de cinco microgramas por metro cúbico de exposição a estas partículas durante a gravidez, o risco de baixo peso ao nascer aumenta em 18%. Eles dizem que se os níveis de PM 2.5 fossem reduzidos a 10 microgramas por metro cúbico ao ano, mais de 22% dos casos poderiam ser evitados.
O limite anual de qualidade do ar da União Europeia é de 25 microgramas por metro cúbico. No Brasil este limite é o dobro: 50 microgramas/metro cúbico, de acordo com o Padrão Nacional de Qualidade do Ar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda 10 microgramas por metro cúbico.
- Nossa descoberta sugere que boa parte dos nascimentos abaixo do peso poderia ser evitada se a poluição urbana do ar, principalmente de material parti culado fino, fosse redu zida - afirmou a autora principal Marie Pedersen, do Centro de Pesquisa em Epidemiologia Ambiental, de Barcelona, na Espanha.
Ela acrescenta que em alguns países a poluição do ar representa o mesmo risco que o fumo durante a gravidez para a saúde do bebê.
O estudo coletou dados de uma dezena de países europeus e envolveu mais de 74 mil mulheres, que deram à luz entre 1994 e 2011.
Fonte: O Globo Online