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O Polo Farmacoquímico de Pernambuco começa a sair do papel, sete anos depois de ser idealizado
Com onze empresas previstas,sendo cinco delas em obras e uma em fase de inauguração,o empreendimento erguido no município de Goiânia, a 60 km do Recife, conta com R$ 1 bilhão em investimentos que prometem contribuir para a diversificação econômica e também para diminuir as importações de medicamentos do país.
O carro-chefe do polo industrial é a estatal federal Hemobrás, que produzirá seis medicamentos hemo derivados de maior consumo no mundo, atualmente 100% importados pelo Br asil, a um custo de R$ 800 milhões anuais. São eles a albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX plasmáticos, fator de von Willebrand
e complexo protrombínico.
“Estes produtos são fundamentais para milhares de brasileiros portadores de hemofilia, imunodeficiências
primárias, cânceres, cirrose, queimaduras graves e crianças com Aids, além de pessoas em tratamento de terapia intensiva, atendidas no SUS”, explica Romulo Maciel Filho, presidente da Hemobrás.
Segundo o executivo, quando a fábrica da Hemobrás estiverem plena operação, em 2016, o Brasil se tornará auto ssuficiente na produção do complexo protrombínico, fator IX, fator de vonWillebrand e albumina.“Em relação à imunoglobulina, será possível fabricar 50% do consumo atual. E o fator VIII, a Hemobrás terá uma cobertura de 12,5% da demanda”, afirma.
A fábrica da Hemobrás será formada por 17 blocos (em um total de 48 mil metros quadrados de área construída em um terreno de 25 hectares), sen do que a primeira etapa foi inaugurada em dezembro de 2011.
Também com fábrica prevista para entrar em operação a partir de 2016, a multinacional Novartis está investindo R$ 1 bilhão em uma nova unidade em Pernambuco.
Apesar de manter vínculo com a nova cadeia produtiva do Polo Farmacoquímico, a empresa desistiu de Goiânia e optou por erguer suas instalações industriais no município de Jaboatão dos Guararapes que faz parte da região metropolitana do Recife. “A mudança foi em função de aspectos logísticos, tendo em vista que o Jaboatão fica próximo ao porto e ao aeroporto, o que facilita o escoamento dos produtos para exportação”, afirma Emad Musleh, diretor de Relações Institucionais de Vacinas da Novartis.
De acordo com Musleh, desde 2009, a Novartis já contratou 15 engenheiros, biólogos e farmacêuticos brasileiros que estão envolvidos no projeto de construção e formatação da fábrica e recebem treinamentos nas outras fábricas da Novartis na Itália e nos Estados Unidos.
A nova unidade vai gerar 120 empregos diretos e produzir componentes para a fabricação da vacina para combate à meningite B e outros produtos biotecnológicos. A unidade pernambucana da Novartis terá capacidade de produzir 12 milhões de doses da vacina por ano para o mercado interno e mais8 milhões para o mercado externo, totalizando 20 milhões de doses anuais.
“Como a fábrica de vacinas será um polo exportador, especialmente para a Europa, o estado de Pernambuco foi escolhido em função do seu favorável posicionamento geográfico e sua estrutura portuária”, diz, acrescentando que a Novartis firmou uma parceria coma Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) com o objetivo de qualificar a mão de obra local. “A companhia está custeando um curso de pós-graduação com 30 vagas que será oferecido gratuitamente pela instituição.
De acordo com Jenner Guimarães, diretor presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Dipe r), o Polo Farmacoquímico está inserido numa região em franca expansão industrial no estado. “No mesmo município também está sendo construído um Polo Vidreiro, com sete empresas, e R$ 1bilhão em investimentos; e o Polo Automotivo com previsão de R$ 4 bilhões em investimentos, tendo a fábrica da Fiat como carro-chefe”, explica.
Guimarães conta que o volume de investimentos em curso vem redesenhando o perfil socioeconômico da região da Mata Norte de Pernambuco, não apenas do município de Goiânia onde está inserido. “O sempre rendimentos têm gerado uma nova dinâmica em 17 cidades vizinhas, inclusive cinco delas localizadas no estado da Paraíba, que faz fronteira com Goiânia”. Segundo Guimarães, antes a principal atividade econômica da região era a produção de álcool e açúcar.
Fonte: Brasil Econômico