UMinho cria tecnologia para detetar pedras nos rins até dois minutos

 Uma equipa liderada pela Universidade do Minho criou uma tecnologia que permite simplificar uma cirurgia endoscópica para extrair pedras nos rins. O método permite também re alizar a cirurgia se m uso de radiação. A tecnologia utiliza um campo electromagnético para navegar com segurança uma agulha para punção do rim. Após os testes em animais, espera-se avançar para ensaios nos humanos a partir do próximo ano.

 


“Extrair pedras nos rins demora actualmente duas horas e depende muito quer da experiência do cirurgião como do uso de radioscopia, que pode ter consequências sérias de radiação no doente e no cirurgião. Na prática, ‘pica-se’ com uma agulha de 20 centímetros na zona lombar do paciente, abrindo caminho aos instrumentos cirúrgicos para a remoção. Mas a técnica que agora criámos é mais rápida, menos invasiva e permite ver no ecrã do computador a rota que a agulha deve seguir”, resume Estêvão Lima, que é professor da Escola de Ciências da Saúde da UMinho, cientista do ICVS - Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde e director do serviço de U rologia do Hospital de Braga.

 

O novo processo, que demora em média um a dois minutos, facilita ainda a tarefa a médicos menos experientes e aumenta a segurança dos procedimentos. O projecto decorre em estreita parceria com o Instituto Politécnico do Cávado e do Ave e já foi testado em animais no ICVS. Os investigadores estão a aperfeiçoar o sistema com o fim de obter o certificado para futuros testes em pessoas. E caso estes venham a ser bem-sucedidos, espera-se que o primeiro produto seja patenteado e chegue às salas de operações a partir de 2016. A pesquisa venceu o 1º Prémio no Simpósio da Associação Portuguesa de Urologia, foi eleita para as melhores comunicações do Congresso Europeu de Urologia 2014 e tem sido publicada em revistas científicas internacionais.

As pedras nos rins, que afectam uma em cada 200 pessoas, sobretudo os homens, surgem quando os cristais de sais urinários formam pedras e não são expulsos. Isso pode causar bloqueios no sistema urinário, infecções, fortes dores no abdómen ou mesmo sepsis. O calor, a elevada transpiração e a baixa ingestão de água levam a um maior risco de contrair a doença. Ter uma alimentação saudável e beber líquidos regularmente contribuem para minimizar o problema.

 RCM Pharma