H1N1 deixa em alerta o Estado do Rio

 O medo de disseminação de um surto de gripe provocada pelo vírus H1N1, linhagem considerada mais letal do que o normal, deixa autoridades de saúde do Estado do Rio em alerta. Pelo menos onze casos foram registrados este ano, sendo que dois deles teriam resultado em morte. A Secretaria de Saúde de Petrópolis, na Região Serrana, confirmou ontem duas novas suspeitas da gripe. Os pacientes — um adulto de 46 anos e uma criança — não tiveram a identidade revelada. O material coletado foi enviado para o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio, e o resultado dos exames deve sair em até 12 dias. No sábado, o município confirmou que a gripe foi a causa da morte de Celeste Pacheco Vogel dos Santos, de 48 anos. Em agosto, em Araruama, na Região dos Lagos fluminense, outra mulher morreu devido à contaminação com o vírus H1N1.

A taxa de letalidade do vírus preocupa especialistas. A Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (SVEA), órgão da Secretaria estadual de Saúde, confirma que, entre 1º de janeiro e 20 de setembro, foram registrados onze casos de gripe H1N1 no Rio de Janeiro, com os dois óbitos. Em 2013, foram 42 casos — nove fatais. O número ainda é baixo para se ter uma taxa de letalidade fechada, mas indica que ela pode ser alta. — Há muitos tipos de vírus circulando pela cidade, então, no caso do H1N1, pode haver subnotificação — explica Fernando Portela Câmara, virologista da UFRJ. — Além disso, a população tem pouca imunidade a essa gripe, porque nunca vimos uma transmissão maciça. Sem ela, não tivemos a oportunidade de criar uma barreira de defesa em nosso organismo. A combinação desses elementos explica o alto número de mortes.

FORMAS DE TRANSMISSÃO

Além do contato com secreções de pessoas contaminadas, o H1N1 pode ser transmitido por vias menos conhecidas. — É um vírus traiçoeiro porque alguém pode ser infectado apertando o botão do elevador ou segurando o corrimão da escada depois do toque desses objetos por uma pessoa que já é portadora do H1N1 — alerta. Para o superintendente da SVEA, Alexandre Chieppe, os casos de grupe H1N1 provocam grande alarde, mas não são mais graves do que os demais casos de vírus influenza. — A evolução da gripe H1N1está mais relacionada às características individuais dos pacientes do que ao vírus — avalia.

Por isso , de acordo com Chieppe, o protocolo de atendimento aos paci entes com sintomas de gripe é o mesmo em todos os casos. Os suspeitos de contaminação passam por uma avaliação médica e podem receber re médios antitérmicos ou antivirais. A SVEA ressalta que a melhor forma de prevenir a gripe é ficar atento às regras básicas de higiene, como cobrir a boca comum lenço ou com as mãos ao espirrar ou tossir. Além disso, o órgão recomenda evitar longas permanências em ambientes fechados e sem ventilação.

Fonte: O Globo