Registro de medicamentos no Brasil pode chegar a quatro anos de espera, diz Interfarma

 Nova lei pretende reduzir os prazos para até 365 dias.

 

 

Um levantamento realizado pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa(Interfarma) revela que o brasileiro chega a esperar mais de quatro anos para ter acesso a medicamentos disponíveis em outros países. Isso acontece porque o registro do produto de algumas categorias enfrenta filas que superam 1.500 dias na Agência Nacional de Vigilância Sanitária(Anvisa).

 

Toda empresa, para comercializar um medicamento, precisa submetê-lo a um pedido de registro na Anvisa. A Agência Sanitária é responsável por analisar segurança, eficácia e qualidade do produto, entre outros aspectos, para autorizar seu uso e comércio no País.

 

Agora, uma nova lei (Nº 13.411) estipula como prazo máximo 365 dias para a Agência emitir seu parecer final sobre a avaliação da petição de registro e, em casos em que a análise for considerad a prioritária, devido a problemas de saúde pública, esse prazo é reduzido a 120 dias. Hoje, o grande entrave não está no tempo de análise, e sim no tempo em que o medicamento permanece na fila, aguardando para ser analisado.

 

Dados do relatório — No levantamento da Interfarma, os medicamentos similares lideram a espera, com 1.548 dias para serem analisados. Esse prazo foi registrado em 2016, o que representa um aumento de 33% no tempo de espera em comparação ao ano anterior.

 

O tempo de espera para registro de medicamentos sintéticos novos e sintéticos genéricos também sofreram aumento. A diferença entre 2015 e 2016 foi de 19% e 6%, respectivamente.

 

Por outro lado, os medicamentos biológicos novos e por via de comparabilidade tiveram melhorias significativas nos prazos. A espera em 2015 foi de 469 e 1.453 dias, respectivamente, contra 371 e 720 dias em 2016. A categoria denominada pela Anvisa como medicamentos biológicos por via de comparabilidade diz respeito a medicamentos biossimilares que passam por processo de comparação com medicamentos referência.

 

“A Anvisa recentemente iniciou um esforço, reconhecido pela Interfarma, para revisar processos, reduzir a burocracia e diminuir prazos. Os números agora divulgados reforçam a necessidade de a Agência concentrar sua atenção neste problema, como tem sido afirmado por sua diretoria colegiada”, afirma Antônio Britto, presidente-executivo da Interfarma.

 

A metodologia da pesquisa considera o tempo total de espera – do momento em que a empresa pede o registro à data em que a Agência publica a decisão final. Isso inclui etapas como a espera para que o produto seja analisado, a análise, eventuais exigências adicionais solicitadas pela Agência às empresas e, por ultimo, a divulgação da decisão.

 

 Fonte: Portal Fator Brasil