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Nanopartículas podem agilizar diagnóstico do câncer
Cientistas chilenos criaram nanopartículas que identificam as células cancerígenas e que, dessa forma, podem no futuro tornar mais efetivo o diagnóstico precoce da doença, informaram na última quinta os pesquisadores que cuidam do projeto.
Segundo o médico Danilo González-Nilo, diretor do Centro de Bioinformática e Simulação Molecular da Universidade de Talca, no Chile, que apresentou a descoberta a jornalistas estrangeiros, “essas nanopartículas também podem servir como transporte direto de fármacos às células doentes“.
Em sua conferência de imprensa, González-Nilo disse que a nanopartícula desenvolvida pelos pesquisadores chilenos é formada por três moléculas.
“A primeira é capaz de se unir seletivamente aos receptores de membrana das células cancerígenas; a segunda emite luz e, portanto, as identifica; e a terceira funciona como transporte das duas anteriores, é biofuncional e, no futuro, pode transportar fármacos para atacar de maneira mais seletiva e potente as células doentes“, explicou.
“Com nosso nanocompósito, nós pretendemos conseguir detectar as células cancerígenas em um estágio muito precoce, pois este sistema possui melhores propriedades de fluorescência que as tradicionais moléculas orgânicas“, declarou o cientista, destacando que uma de suas potenciais aplicações é sobre o câncer de mama.
Ele explicou que, atualmente, a mamografia é a principal ferramenta de diagnóstico que existe. Segundo o cientista, o problema dela é que é incômoda para a paciente e só pode detectar o tumor em estágio avançado.
González-Nilo, quem também desenvolveu em conjunto com o Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos a primeira base de dados das estruturas nanobiotecnológicas, disse que os resultados dessas novas descobertas resultam de um trabalho de pesquisa que começou há dois anos e que serão apresentados neste mês na versão impressa da revista “Analytical and Bioanalytical Chemistry“.
“O Chile atualmente é número um e lidera a elaboração racional de nanopartículas. Isto significa que podemos caracterizar em nível atômico as propriedades que possuem essas partículas“, ressaltou o médico.
“Nós agora estamos levando esta metodologia a outras aplicações, como é o caso da detecção antecipada de células cancerígenas“, complementou.
O CBSM (Centro de Bioinformática e Simulação Molecular) da Universidade de Talca trabalha em colaboração com destacados centros de pesquisa internacionais, entre eles o brasileiro LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica) e os americanos NCI (National Cancer Institute) e Beckman Institute.
Fonte: Portal Folha