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EUA revogam indicação de droga contra câncer de mama
A decisão vem após uma longa disputa entre médicos, vigilância sanitária e pacientes com câncer que defendem a manutenção do uso da droga. O medicamento continua podendo ser usado contra outros tumores, como de pulmão e intestino.
No Brasil, o Avastin foi aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para tratamento de câncer de mama no ano passado. Por enquanto, aqui, nada muda, mas o órgão afirmou que vai analisar a decisão americana para determinar se alguma providência será tomada.
O remédio é usado em conjunto com drogas quimioterápicas e tem como função reduzir a proliferação de vasos sanguíneos que alimentam as células do tumor. Sem a irrigação, o câncer diminui e morre.
Segundo o mastologista Marcos Desidério Ricci, do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira), o remédio pode causar hemorragias, que põem em risco a vida dos pacientes.
“Havia a expectativa de que o Avastin fosse capaz de resolver boa parte dos casos de câncer de mama metastático. Estudos europeus mostraram bons resultados, mas pesquisas feitas depois não provaram esse benefício.“
Segundo Margaret Hamburg, da FDA, a droga não ajuda mulheres com câncer de mama a viver mais nem controla os tumores.
Hamburg afirmou em nota que a agência reconhece como é difícil para as pacientes e seus parentes lidar com o câncer de mama metastático, mas que é preciso ter certeza sobre a segurança e a eficácia das drogas em uso.
O oncologista Antônio Buzaid, do Hospital São José, afirma que a decisão americana é “lamentável“. “A droga aumenta sim a sobrevida, e os efeitos colaterais são bastante manejáveis.“
A Roche, fabricante da droga, afirma que o Avastin é aprovado contra o câncer de mama na União Europeia, no Japão e em mais 80 países.