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Cientistas encontram bons alvos para nova vacina contra a aids
O Estado de São Paulo
Cientistas estudaram o sangue de quatro pessoas capazes de controlar, sem o uso de medicamentos, a infecção causada pelo HIV. Os pesquisadores descobriram 17 anticorpos amplamente neutralizantes: defesas produzidas pelo próprio organismo que combatem com eficácia várias cepas do vírus. O estudo, que mereceu publicação na prestigiosa revista Nature, poderá inspirar vacinas contra a doença.
Quando comparados aos anticorpos já conhecidos, os novos apresentaram eficácia de 10 a 100 vezes maior. O esforço foi coordenado pela Iniciativa Internacional para a Vacina da Aids (Iavi, na sigla em inglês).
“A maioria das vacinas virais estimula a produção de anticorpos que neutralizam o patógeno“, afirma Dennis Burton, imunologista do Instituto de Pesquisa The Scripps, na Califórnia. “Como o HIV possui uma enorme variabilidade, uma vacina efetiva precisa estimular a produção de anticorpos amplamente neutralizantes (ou seja, não específicos para variantes do vírus).“
O próximo passo é descobrir quais antígenos - proteínas presentes na cápsula viral -, ao ser injetados no organismo, produzem os anticorpos amplamente neutralizantes. Tais moléculas serviriam como principal ingrediente de uma futura vacina.
Há cerca de dois anos, uma vacina testada na Tailândia e financiada pelo governo americano apontou, pela primeira vez, uma redução no risco de contrair aids. A eficácia, no entanto, ainda foi muito baixa e a proteção diminuía depois de um ano.