Nova vacina contra gripe chega ao mercado

 A primeira vacina contra quatro cepas do vírus influenza, da gripe, acaba de ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — dois tipos da A e dois da B, aumentando as chances de proteção contra a doença. A formulação tetravalente estará disponível somente na rede privada a partir do começo do ano que vem. Indicada a partir dos três anos de idade, a novidade, internacionalmente conhecida como Fluarix Tetra, tem como principal vantagem a inclusão de mais um tipo de cepa do vírus influenza B.

— O impacto da influenza B é um pouco menor do que o da influenza A, já que circula em menor intensidade, por isso também que não se fala muito dela. Mas em 2013, aqui no Brasil foi registrada uma importante taxa de internação pelo vírus, que respondeu por um em cada quatro casos de gripe — afirma a pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Nancy Bellei, acrescentando que a faixa etária mais acometida é a das crianças e dos adolescentes. 

No país, a vacina até então oferecida pelas clínicas e pelo governo é a trivalente, com proteção contra três cepas do vírus — dois da influenza A e um da B. De acordo com o Ministério da Saúde, a imunização atual pode reduzir em até 45% o número de hospitalizações por pneumonias e 75% a mortalidade por complicações do vírus influenza. Ainda não há previsão para que a nova vacina entre no Calendário de Vacinação. 

EFEITO COLATERAL É MITO

Segundo Bellei, não passa de um mito a ideia de que a vacina contra gripe poderia causar a doença. Ela esclarece que há cerca de 182 vírus respiratórios em circulação, dos quais apenas quatro são influenza. Por isso, diz, é muito comum as pessoas confundirem um simples resfriado com uma gripe. 

- Para ser gripe, é preciso estar há três dias com febre alta, ter dores na juntas, tosse. A gripe é persistente, diferentemente do resfriado — diz Bellei. 

A doença, como alerta a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), pode afastar um indivíduo por até cinco dias da escola ou do trabalho. Os mais suscetíveis a graves complicações são crianças, idosos, mulheres grávi das, pacientes com doenças crônicas e profissionais da saúde. 

Essas pessoas, que compõem o grupo de risco, são as que têm maior indicação para a vacina. Bellei lembra que ela deve ser repetida anualmente, devido à queda do nível de anticorpos e à mudança na composição, atualizada periodicamente de acordo com as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Fonte: Portal O Globo