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Pílulas de fezes para tratar diarreias
RIO – Depois de demonstrar que o transplante de material fecal pode ser uma maneira eficiente para tratar diarreias recorrentes devido a infecções persistentes com a bactéria Clostridium difficile, cientistas agora sugerem um método menos invasivo, mas não menos estranho, de administrar a insólita terapia: pílulas com fezes congeladas. Em artigo publicado previamente no site do periódico científico “Jama” para coincidir com apresentação durante reunião da Sociedade Americana de Doenças Infeccios as, pesquisadores do Hospital Geral de Mas sachussetts, nos EUA, relatam experimento em que 20 indivíduos que sofriam com estas diarreias receberam as pílulas, curando 90% dos casos.
- Vários estudos mostraram que o transplante de material fecal é um tratamento efetivo de infecções ativas por C. difficile e para prevenir recaídas em pacientes cujas infecções não responderam aos tratamentos padrões - Ilan Youngster, um dos autores do estudos e catedrático da área de Doenças Pediátricas Infecciosas do Hospital Geral de Massachussetts e do Hospital Infantil de Boston. - Vários procedimentos já foram usados antes, como colonoscopias, tubos nasogástricos e até enemas, todos com potenciais riscos e desconfortos para os pacientes. O uso de cápsulas simplifica imensamente o tratamento, potencialmente tornando-o mais acessível a uma fatia maior da população.
Algumas linhagens da C. difficile – que atualmente causa cerca de 250 mil hospitalizações e 14 mil mortes anuais apenas nos EUA – tornaram-se altamente resistent es aos tratamentos padrões, o que leva a uma taxa de fracasso de 30% na terapia dos pacientes afetados por estas linhagens. E como os antibióticos também matam os micro-organismos intestinais benéficos que mantêm as populações destes patógenos sob pressão, eles na verdade podem piorar a situação. Assim, o transplante de material fecal surgiu como uma opção para restaurar o equilíbrio da flora intestinal, e estudos com animais e seres humanos mostraram que o uso de fezes frescas, normalmente inseridas no corpo por meio de colonoscopias, atingem uma taxa de sucesso de 90% no tratamento.
Fonte: Portal O Globo