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Pessoas estão usando a internet como memória externa
Série de experimentos mostrou que pessoas pensam primeiramente no computador como forma de lembrar de uma informação
A explosão na última década dos mecanismos de busca na internet está mudando a forma como as pessoas armazenam e buscam informações no seu próprio cerébro. Em uma série de experimentos publicados ontem no periódico científico Science um grupo liderado por Betsy Parrow, psicóloga e professora da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, mostrou que cada vez mais deixamos na mão do computador a função de recordar dados.
Os pesquisadores constataram que os voluntários que participaram do estudo não se lembravam tão bem de uma informação quando acreditavam que ela estaria disponível depois. “Os experimentos foram na direção que eu previa, mas a magnitude foi surpreendente. Foi como se a forma eficaz que as pessoas tivessem de lembrar de uma informação ou do local em que encontrá-la, com grande ênfase no segundo quesito, fosse o computador”, Betsy explicou ao iG.
A pesquisa mostrou que, ao não lembrar de algo, o primeiro impulso dos voluntários é pensar no computador como a primeira ferramenta para encontrar a informação. No entanto, quando eles achavam que a informação não estaria disponível novamente, sua memória melhorava. Basicamente, eles se comportavam de acordo com a seguinte lógica: por que guardar um dado na memória se ela estará disponível depois na ponta dos dedos no Google?
Os resultados levaram os pesquisadores a concluir que computadores e buscadores se tornaram uma forma de memória externa do cérebro humano. “Tê-lo como fonte de memória transitiva não é, do ponto de vista qualitativo diferente, de utilizar outras pessoas como fonte de memória externa – e na internet, no final, as informações são providas por seres humanos. Acredito que isto aumenta nossas fontes de informações externas, torna as memórias externas mais acessíveis a um número maior de pessoas e talvez esteja distanciando-as da ação de memorizar informações como uma tarefa primária da memória”, afirmou Betsy.
Fonte: UOL