Cinco questões importantes sobre a nutrição no processo de envelhecimento

 Mudanças no organismo requerem novos hábitos alimentares a partir dos 50 anos.

O processo de envelhecimento acontece de uma forma bem mais complexa e abrangente do que as rugas e os fios de cabelos brancos nos permitem ver. O organismo diminui o ritmo de funcionamento, a composição corporal muda e o estilo de vida também. Por essas razões, a alimentação de quem já passou dos 50 anos tem papel fundamental no envelhecimento saudável e sua qualidade impacta a condição física e a cognitiva, a saúde dos ossos, os olhos, a função vascular e o sistema imunológico, entre outros.

Confira a baixo cinco questões fundamentais relacionadas à nutrição de quem já passou dos 50 anos:

1 - O metabolismo fica mais lento: o médico especialista em nutrição, professor da Universidade de São Paulo (USP) e cirurgião do aparelho digestivo, Dan Waitzberg, explica que, a cada 10 anos, diminui em 10% o nosso metabolismo basale, a partir dos 40 anos, ocorre perda fisiológica da massa magra; consequentemente, existe menor necessidade de ingerir alimentos calóricos. Ao comer menos, as pessoas podem ter dificuldade em atingir a necessidade diária de proteína e micronutrientes, como vitaminas e minerais.

2 - Torna-se mais difícil desempenhar as atividades do dia a dia: atualmente, as pessoas se mantêm por mais tempo ativas no trabalho, na vida social e familiar, porém mudanças na absorção do trato digestivo podem acarretar maior necessidade de micronutrientes, muitas vezes não adquiridos através da alimentação. Vitaminas e minerais são fundamentais no processo de aproveitamento da energia dos alimentos, como é o caso das vitaminas do complexo B, por exemplo.

3 - Perda de apetite e dificuldades de absorção: com o início do envelhecimento, as pessoas podem sentir alterações no apetite e na percepção do cheiro e do gosto, por isso há a tendência de escolher alimentos mais fáceis de preparar e mastigar, nem sempre saudáveis. “Entretanto, a necessidade de micronutrientes aumenta em pessoas mais velhas, já que a su a capacidade de absorver torna-se menos eficiente“, explica Waitzberg.

4 - Homens e mulheres possuem diferentes necessidades de vitaminas e minerais: “Homens e mulheres possuem diferenças em relação à necessidade de alguns micronutrientes, e pesquisas mostram que o perfil de deficiência de cada um também varia“, esclarece Waitzberg. O cálcio é bastante importante para as mulheres, devido ao seu maior risco de desenvolver osteoporose. Já a vitamina D é fundamental para a ótima absorção do cálcio no intestino3. A Pesquisa de Orçamentos Familiares, porém, aponta inadequação no consumo de cálcio na população de mulheres com mais de 60 anos, de 95,8% e de 99% para a vitamina D. Da mesma forma, vitamina D e Magnésio são importantes para os homens, pois contribuem para o funcionamento muscular.

5 - Indicação de consumo de micronutrientes muda: pesquisas do Instituto de Saúde Americano (NIH) mostram que a recomendação para pessoas com 50 anos ou mais é aumentar o aporte de cálcio, magnésio, vitamina D, vitaminas B12 e B3, vitamina E e ácido fólico. Outras fontes corroboram que alguns desses micronutrientes estão entre as deficiências mais observadas nessa faixa etária. “A absorção de cálcio diminui com o avanço da idade, assim como a capacidade de sintetização da vitamina D na pele“, destaca Waitzberg. 

Fonte: Saúde e Lazer