Novas directrizes devem aumentar uso de estatinas nos EUA

 As duas principais associações de cardiologia dos EUA publicaram, esta terça-feira (12), novas directrizes para prevenção de doenças do coração que incluem uma mudança no uso dos medicamentos da classe das estatinas, voltados ao controlo do colesterol, que pode praticamente dobrar o número de norte-americanos para os quais esse tipo de medicamento é recomendado, avança o G1, o site noticioso da rede Globo.
Segundo os novos critérios, aumentará de 15,5% para 31% o percentual de adultos que devem usar estatina, afirma o jornal USA Today.

Uma importante mudança é que a gora as estatinas passam a ser indicadas também para pessoas com risco de sofrerem AVC, não apenas enfarte, como era até agora. A partir de agora, os médicos devem receitar o medicamento para todos os pacientes entre 40 e 75 anos que tiverem 7,5% de risco de enfarte ou AVC nos próximos dez anos. As associações oferecem uma calculadora para que o profissional de saúde avalie esse risco.

A última directriz, de 2002, recomendava que os doentes somente deveriam ingerir estatinas quando o risco de enfarte excedesse os 20%, e desconsiderava os AVC.

Durante anos, os médicos vinham recomendando o uso de estatinas com base nos níveis de colesterol, em especial o conhecido como “mau”, o LDL. As novas directrizes apresentam quatro perfis de pacientes que devem tomar estatinas.


Além daqueles com risco de enfarte ou derrame maior de 7,5% em dez anos, foram incluídas as pessoas com histórico de problemas cardiovasculares, pacientes a partir de 21 anos que têm nível de LDL acima de 190 mg/dL, e homens e mulheres com diabetes tipo 1 ou 2 que têm idade entre 40 e 75 anos.

A ideia é que os médicos se concentrem não apenas em resultados de exames de sangue, mas no conjunto da saúde do paciente para recomendar ou não o uso de estatinas.

Controvérsia

“Estivemos a oferecer tratamento de menos a pessoas que precisavam de terapia de estatina neste país”, disse o médico Donald Lloyd-Jones , da Associação Americana do Coração, um dos vinte especialistas que formularam a nova regra. A outra entidade envolvida é o Colégio Americano de Cardiologia.

A professora da Universidade da Califórnia Rita Redberg disse ao USA Today que teme pela exposição de mais pacientes aos efeitos secundários das estatinas, que incluem maior risco de desenvolver diabetes, além de dores musculares. “Pode ser muito controverso, o que é bom. Controvérsia significa discussão”, admitiu Mariell Jessup, pre sidente da associação.

Obesidade

Além da mudança nas políticas para as estatinas, as associações também fizeram recomendações em relação à alimentação e à obesidade. Os norte-americanos devem adoptar uma dieta saudável no dia a dia, mais do que evitar eventuais “exageros“, como a ingestão de doces, por exemplo. Além disso, a obesidade deve ser atacada como uma doença.

Para a perda de peso, as entidades lembram que é fundamental é ingerir menos calorias do que são consumidas. Além disso, as pessoas devem fazer exercícios e adoptar hábitos mais saudáveis, recomendam.

Fonte: RCM Pharma