EUA definem formol como agente cancerígeno

Comunicado do governo americano afirma que substância usada em alguns alisamentos para cabelos, esmalte para unhas e perfumes provoca câncer

O governo americano definiu a substância formaldeído (base do formol), usada em alguns produtos para alisamento de cabelos, esmalte para unhas, perfumes e placas de madeira, como causadora de câncer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já classifica a substância como agente cancerígeno desde 2004.

Em alerta, o Departamento de Saúde dos Estados Unidos ainda apontou o estireno, conhecido como benzina de vinil e presente em copos e plásticos de papel, como um potencial causador da doença. Outros sete produtos químicos foram listados como prováveis cancerígenos, entre os quais o ácido aristolóquico, encontrado em plantas usadas em fórmulas contra artrite.

Foi o segundo alerta relevante sobre produtos potencialmente cancerígenos nesta quinzena. No fim do mês passado, a OMS informou que o uso frequente de telefones celulares pode provocar câncer, devido aos seus campos de radiofrequência eletromagnéticos.

As advertências mais recentes dos EUA estão no 12º relatório preparado por uma equipe de toxicologistas do Instituto Nacional de Saúde, que teve o cuidado de atrasar a divulgação em um mês para antes informar os setores industriais afetados. Assim como as versões anteriores, esta também abriu uma controvérsia com o Conselho Químico Americano, organização empresarial que rejeitou as conclusões.


O relatório, entretanto, tem sido historicamente avaliado com respeito. O de 2000 alertou os fumantes passivos sobre os riscos de desenvolverem câncer. Em 2005, a naftalina foi apontada como potencial cancerígeno.

O relatório de 2011 apontou riscos maiores às pessoas em contato frequente com o formaldeído e o estireno, como funcionários de salões de beleza e de indústrias de manufaturas de plástico, do que aos usuários finais desses produtos. Porém, recomendou aos consumidores americanos a diminuição da exposição a essas substâncias e lhes sugeriu observar a presença de formaldeído em suas fórmulas antes de comprar e usar um produto.

Pelo menos dois Estados americanos - Illinois e Oregon - e um organismo federal já haviam emitido alerta sobre o produto Brazilian Blowout Acai Professional Smoothing Solution, fabricado por uma empresa da Califórnia, por seus níveis de formaldeído acima dos recomendados.

Trata-se de um composto usado para alisamento temporário de cabelos, em um processo similar ao da popular “chapinha japonesa“. O relatório apontou efeitos como dor de cabeça, vômito e ataque de asma em funcionários de salões expostos ao produto. Também registrou casos de câncer na passagem nasal e de leucemia em embalsamadores de corpos - prática comum antes de funerais nos EUA.

O alerta ressaltou haver maior evidência de o formaldeído causar tumor do que o estireno.

Fonte: O Estado de São Paulo