Médicos do Mundo defende acesso à contracepção e aborto seguro e legalizado

 300 mil mulheres morrem todos os anos devido a complicações associadas à gravidez ou por aborto clandestino. Para lembrar aos líderes mundiais de que estas 300 mil mulheres não são apenas números, a Médicos do Mundo acaba de lançar a campanha internacional “Names not Numbers” que convida as pessoas a enviarem um postal com o nome de uma das vítimas ao Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban K i-moon, avança comunicado de imprensa.


São números preocupantes: 222 milhões de mulheres continuam sem acesso a métodos contraceptivos modernos; 50% dos abortos clandestinos são praticados em más condições sanitárias, provocando 50 mil mortes todos os anos; 8 milhões de mulheres que se submeteram a um aborto provocado sofrem complicações com necessidade de tratamento médico; e 5 milhões acabam por ser hospitalizadas.

Para mobilizar a opinião pública e lembrar os líderes mundiais para este flagelo, a Médicos do Mundo (Md M) lançou, no Dia Internacional da Mulher, a 8 de Março, a campanha internacional “Names not Numbers” em defes a do acesso universal à contracepção e ao aborto seguro e legalizado. Todos podem participar através do site www.names-not-numbers.org, enviando um postal com o nome de uma das vítimas a Ban Ki-moon, Secretário-Geral das Nações Unidas, ou partilhando o mesmo nas redes sociais. Composta por nomes femininos, a identidade visual da campanha convoca a comunidade internacional a mobilizar-se até Setembro de 2014.

No contexto do questionamento dos direitos das mulheres no seio da pró pria União Europeia, a MdM denuncia o incumprimento das promessas realizadas pelas nações. Em 1994, aquando da Convenção Internacional sobre População e Desenvolvimento, 179 países firmaram um programa de acção que garantia a todas as mulheres o acesso aos serviços de planeamento familiar e aos cuidados pós-aborto, independente da legislação sobre o tema vigente em cada país. No entanto, passados 20 anos, uma em cada quatro mulheres que deseja evitar uma gravidez, nos países em desenvolvimento, continua sem acesso a um método contraceptivo moderno.

No contexto da Convenção Internacional do Cairo +20, a Médicos do Mun do apela à mobilização internacional pelo direito das mulheres de dispor do seu p róprio corpo e poder decidir livremente ter ou não filhos. Pela primeira vez, a rede internacional da MdM leva esta mensagem aos públicos da Alemanha, Argentina, Inglaterra, Bélgica, Canadá, Japão, Suíça, Portugal e Países Baixos.

Fonte: RCM Pharma