OMS receia surto de poliomielite na Ucrânia devido à escassez de vacinas

 A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou esta terça-feira para o reaparecimento de diversas doenças na Ucrânia devido à ausência de vacinas e advertiu para possível surto de poliomielite, avança o portal Boa Informação.


“Actualmente não exis tem vacinas armazenadas na Ucrânia. Existem alguns centros que ainda possuem algumas doses, quando terminarem não haverá mais. Tememos sobretudo um surto de poliomielite no país”, afirmou em conferência de imprensa a representante da OMS na Ucrânia, Dorit Nitzan.


“Quando a crise surgiu, o sistema sanitário do país era muito débil e estava a ser reconstruído. Não tinha serviços de saúde adequados. O conflito piorou a situação”, acrescentou, em referência aos confrontos no Leste do país entre o Exército de Kiev e as forças rebeldes pró-russas.


Nitzan revelou que a cobertura imunológica das crianças ucranianas não atinge 50% devido ao frágil sistema de saúde. Com o exemplo, citou a morte de uma criança em 2008, após ter sido vacinada contra o sarampo durante uma epidemia que originou rejeição generalizada à imunização.

Desde o início do conflito, “o sistema sanitário foi submetido a muita pressão, e o ministério, simplesmente, não pode fazer o necessário para obter mais vacinas”,disse.

Perante a actual situação, a OMS receia um surto de poliomielite. “Claro que podem ocorrer casos de sarampo, rubéola, mas a poliomielite é muito perigosa. E sabe-se que após o primeiro caso confirmado de pólio, haverá outros 200 infectados que passaram despercebidos”, acrescentou.

A vacina contra o tétano, necessária para as pessoas feridas no conflito, também entrou em ruptura, disse.

A OMS , em colaboração com o ministério da Saúde ucraniano, estabeleceu contacto com diversos organismos internacionais para tentar garantir o envio das principais vacinas. Nesse sentido, solicitou 14 milhões de dólares para a aquisição de vacinas e reequipar o sistema de saúde, mas até o momento foram recolhidos 40 mil dólares.

Nitzan também disse, que 32 hospitais das zonas afectadas pelo conflito funcionam apenas parcialmente, e que outros 17 estão destruídos após terem sido alvos de bombardeamentos. No total, 4 milhões de pessoas foram afectadas no Leste do país, e 1 milhão foram forçadas á abandonarem as suas casas.

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