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Número de fumantes cai no Brasil, mostra IBGE
O número de fumantes no Brasil caiu de 18% (24,4 milhões de pessoas) em 2008 para 15% (21,9 milhões de brasileiros) em 2013. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (10).
Os números de 2008 foram adaptados e comparados pela coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lucia Vieira, através da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), já que esta teve uma metodologia diferente.
De acordo com Maria Lucia, um dos fatores para a diminuição é a legislação que proíbe o fumo em ambientes fechados.
A divulgação de campanhas antitabaco também ajudou, diz ela. Elas foram percebidas por 28,7% da população, com maior efeito entre os homens (32,4%) do que entre as mulheres (25,4%).
No dia 3 de dezembro, a lei antifumo, aprovada em 2011, entrou em vigor em todo o país. Até essa data, 22 Estados e o Distrito Federal adotavam legislação restringindo o fumo, mas só oito deles vetavam fumódromos em lugares fechados.
Para a funcionária pública Isis Garcia, 32, o maior incentivo para largar o cigarro não veio da lei, mas sim da gravidez, a segunda. Fumante desde os 15 anos e no oitavo mês de gestação, ela conta que o processo foi “sofrido“.
“Chorei uma semana. A sensação que dá é que você jamais será feliz de novo. A cabeça fica inventando mil desculpas para fumar só unzinho`. Até hoje ainda sonho que estou fumando“, diz.
Ela parou de fumar quando engravidou pela primeira vez, aos 19 anos. Mas, após o nascimento do filho, voltou a fumar. Nesta segunda gravidez, ela só conseguiu abandonar o vício quando já estava com cinco meses de gestação. Desta vez, porém, Isis não pretende voltar a fumar.
O esforço, reconhece, será grande, pois o marido, o professor Marcelo Vedolin, 35, ainda fuma. Para sorte de Isis, ele faz planos de largar o cigarro. Ele diz que já perdeu as contas de quantas vezes parou e voltou a fumar.
Assim como a mulher, ele começou a fumar na adolescência, com 14 anos. Agora, quer parar não só para melhorar a saúde, mas também para não ser um “mau exemplo para os filhos“.
CAMPANHAS
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, as advertências contra os males do fumo, veiculadas nos maços de cigarro, foram notadas por 86,2% dos fumantes, e 52,3% pensaram em abandonar o vício por causa dessas campanhas.
O IBGE visitou um total de 80 mil casas em 1.600 municípios durante o ano passado. Depois calculou estimativas sobre os 1 46,3 milhões de pessoas com 18 anos ou mais.
Segundo o instituto, mais da metade (51,1%) dos fumantes relataram que tentaram abandonar o vício no ano passado. Isso ocorreu mais com as mulheres (55,9%) do que com os homens (47,9%).
Desse grupo que tentou parar de fumar, 8,8% procuraram tratamento com profissional de saúde, sendo a maior parte nas regiões Sul (12,7%), Centro-Oeste (12,5%) e Sudeste (9,9%).
A pesquisa aponta percentual mais elevado de fumantes na população masculina: 19,2%, ante 11,2% entre as mulheres. Ela mostra ainda que o percentual de ex-fumantes é maior (17,5%) do que o de fumante s (15%).
O Sul, polo das fábricas de cigarro, é a re gião com a maior proporção de fumantes, 16,1%. Em seguida, aparece o Sudeste (15,1%).
Fonte: Folha de S.Paulo
Autor: DIANA BRITO